Numa força-tarefa que pretende alavancar o Produto Interno Bruto (PIB) em 2013, o governo atacou em várias frentes ontem para sensibilizar alguns dos principais agentes da economia. O esforço vem depois de o país ter crescido apenas 0,9% no ano passado.
No Palácio do Planalto, durante reunião com governadores e prefeitos, a presidente Dilma Rousseff recorreu ao pacto federativo para convocar as lideranças políticas a aumentarem os investimentos em âmbito local.
No mesmo momento, no Ministério da Fazenda, o ministro Guido Mantega chamou a seu gabinete representantes de seis confederações empresariais para fazerem a sua parte, apostarem no país, investindo mais.
“Apesar de termos prefeitos, governadores e Executivo federal, Presidência da República, funções distintas na federação, nós temos consciência que temos uma função em comum, que é o desenvolvimento do país”, disse a presidente ao anunciar a liberação de R$ 33 bilhões para obras de saneamento, pavimentação e mobilidade urbana, no âmbito do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2).
Dilma afirmou que o Brasil só vai se transformar numa nação “verdadeiramente desenvolvida”, se tiver a capacidade de duplicar a renda per capita. “Para isso, nós vamos precisar aumentar nosso nível de investimento.” Citou que investimentos em saneamento, pavimentação e mobilidade são essenciais para que o país alcance o desenvolvimento.
De acordo com o ministério das Cidades, os investimentos previstos para Mobilidade Médias Cidades, no PAC 2, são de R$ 7,950 bilhões, enquanto para pavimentação os recursos somam R$ 8,242 bilhões e para saneamento, R$ 16,838 bilhões.
“Dilma abriu para nós a agenda de retomada do crescimento. Ao fazer isso, incorporou a este esforço o governo federal, os governadores e os prefeitos, reafirmando que a tarefa de retomar o desenvolvimento é uma tarefa da federação”, disse o governador de Sergipe, Marcelo Deda, após a reunião, aberta para jornalistas apenas no momento do discurso da presidente.
Mas não foi dirigido apenas aos políticos o discurso da presidente. Ela apelou aos empresários para que realizem, com os governos, projetos de Parceria Público-Privada (PPP).
“Por que PPPs? Porque se nós juntarmos o dinheiro do governo federal, o dinheiro dos governadores, o dos prefeitos, e ainda colocarmos a iniciativa privada nessa questão, nós damos um salto.”
Já o ministro da Fazenda preferiu manter a portas fechadas a reunião com representantes da indústria, agricultura, saúde, do comércio, transporte e dos bancos.
Na saída, alguns empresários comentaram que, para haver crescimento, será necessária a adoção de outras medidas de estímulo por parte do governo, como redução da carga tributária, e o fim da cumulatividade do PIS e Cofins, além de mudanças na legislação trabalhistas.
O presidente da Confederação Nacional da Indústria, Robson Braga, prevê crescimento de 3,5% para o setor este ano, casos as medidas sejam adotadas.
Braga informou que Mantega concordou com a maior parte das ponderações apresentadas pelos empresários e informou que está em análise a desoneração da folha para novos setores.Informações do Brasil Econômico.