
(*) Ricardo Penna
Esta semana o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) divulgou os novos números do Índice de Desenvolvimento Municipal (IDHM). Os resultados mostram muita coisa, mas deixa outras tantas nas entrelinhas. O Distrito Federal foi incluído como um município e as comparações devem ser feitas com cautela. Afinal, a capital acumula as atribuições de estado e município e tem um perfil de receita completamente diferente dos demais.
Na média, no período de 1991 e 2010, o Brasil cresceu 47,65% e Brasília teve um incremento de apenas 33,77%. Mesmo assim a capital ocupa a 9ª posição entre os 5.565 municípios brasileiros e o 3º lugar em relação às capitais.
A educação teve o melhor desempenho entre os três indicadores – longevidade, educação e renda – que formam o IDHM. Cresceu, nos últimas 20 anos, 77% enquanto a longevidade cresceu apenas 19% e a renda 13%. Esse desempenho é relativo. Ao compararmos com Florianópolis, município que ocupa o primeiro lugar, nota-se que IDHM da educação na capital de Santa Catarina é 10% maior do que do DF.
A capital federal é muito mais rica e seus moradores têm uma renda per-capita muito superior às demais, no entanto a metodologia do IDHM coloca mais peso nas variações da qualidade da educação do que no volume da renda. Caso, na próxima década, a educação continue a ganhar posição central nas políticas públicas, Brasília ocupará lugar de destaque em qualquer indicador de qualidade de vida que vier a ser inventado.
(*) Ricardo Penna é Arquiteto, PhD Planejamento Regional, Fotógrafo (CB 1971, Estadao 72/73, Veja 74)