Manifestantes voltaram a marchar pela Eixo Monumental no final da tarde desta quarta-feira (17) para protestar pela adoção do passe livre e pelo funcionamento do transporte coletivo durante 24 horas por dia. Após assembleia, o grupo decidiu caminhar em direção ao Palácio do Buriti, sede do GDF. Antes, eles comemoram a revogação do reajuste das tarifas de transporte público em São Paulo.
A concentração começou às 15h30 no Conic, ao lado da Rodoviária do Plano Piloto, para a confecção de cartazes. De acordo com a Polícia Militar, 580 homens foram deslocados para acompanhar a ação, que deveria se restringir a duas faixas da via.
Horas antes, representantes do Movimento Passe Livre se reuniram com membros do governo do Distrito Federal para discutir melhorias no transporte público. O GDF informou que vai analisar a proposta e que vai se reunir com o grupo na próxima semana.
Presente na manifestação nesta quarta, o operador de câmera Cleid Pereira afirmou que a discussão é essencial. “Nossa proposta é discutir o transporte, principalmente a questão da tarifa zero. O transporte serve hoje no Brasil como um sistema de segregação. Hoje no Brasil 37 milhões de pessoas não podem andar de ônibus por não ter dinheiro – e não é por não ter R$ 3, é por não ter R$ 1”, afirmou.
Responsável pelo ato que ocorreu na segunda-feira e culminou com a invasão da marquise do Congresso Nacional, a Marcha do Vinagre diz que os protestos também reivindicam a não aprovação da PEC 37, que retira do Ministério Público a atribuição de realizar investigações criminais, e o fornecimento de equipamento adequado aos policiais militares. A manifestação também acontece, informou, em repúdio a impostos abusivos, superfaturamento de obras e desvio de dinheiro público.
O protesto de segunda-feira teve início às 17h, quando os manifestantes saíram do Museu da República em direção ao Congresso Nacional. No trajeto, eles chegaram a fechar as seis faixas do Eixo Monumental. Por volta das 20h, eles furaram parte do bloqueio policial e chegaram a cinco metros da entrada principal do Congresso. Uma barreira de policiais militares se posicionou na porta de entrada para evitar a entrada.
A cada momento os manifestantes entoavam palavras de ordem contra um tema diferente. Entre os alvos do protesto estava a PEC 37, que limita o poder de investigação do Ministério Público e está em tramitação na Câmara. Os manifestantes gritaram ainda: “Fora Feliciano!” e “fora mensaleiros!”.
Com máscaras no rosto, muitos seguravam bandeiras brancas e cartazes com dizeres como “Não à violência”. Cerca de meia hora antes da invasão da marquise, pelo menos dois manifestantes haviam sido presos por jogar água em policiais.
A invasão da marquise do Congresso ocorreu depois de os manifestantes prometerem ao policiamento voltar ao Eixo Monumental e seguir em direção à Rodoviária do Plano Piloto, no sentido contrário ao Congresso.
De cima do edifício, manifestantes pediam para que os demais integrantes da marcha também subissem à marquise. Um cordão da Polícia Militar se posicionou na rampa do Congresso, isolando o acesso à área do Senado – os manifestantes estavam concentrados na área da Câmara. (G1)