A Polícia Federal realiza nesta quarta-feira operação para desarticular quadrilha de tráfico de pessoas de Bangladesh para trabalhar na construção civil no Distrito Federal. Três estrangeiros sem documentos foram encontrados na cidade satélite de Samambaia e levados à força para a superintendência da PF em Brasília. Segundo a polícia, eles estariam sendo arregimentados por pequenas construtoras, subcontratadas por empresas maiores, uma delas a empreiteira MRV. A polícia suspeita que alguns dos trabalhadores estrangeiros podem estar sendo usados em projetos do Minha Casa Minha Vida.
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou hoje que o tráfico de pessoas deve ser combatido sistematicamente. O ministro disse ainda que este é um tipo de crime difícil de ser esclarecido, mas a sociedade estaria, cada vez mais, propensa a colaborar com denúncias sobre o assunto. Cardozo fez os comentários ao ser perguntado sobre a operação da PF.
— Esse é o tipo de crime inaceitável, esse é o tipo que temos que combater com muita frequência — disse o ministro ao chegar para uma audiência na Comissão de Constituição e Justiça do Senado no final da manhã desta quarta-feira.
De acordo com a investigação, a quadrilha aliciava trabalhadores em Bangladesh com falsas promessas de salário de US$ 1.000 a US$ 1.500, e cobravam até US$ 10.000 pela imigração ilegal. Eles entraram ilegalmente no Brasil via Guiana Inglesa (Boa Vista/RR), Peru/Bolívia (Assis Brasil/AC), a mesma dos haitianos, e via Bolívia (Corumbá/MS), com a utilização imprópria do pedido de refúgio para regularizar a situação migratória.
A operação foi batizada de Liberdade. Participam 60 agentes para cumprir 14 mandados judiciais expedidos pela Justiça Federal de Brasília.