O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara que investiga o tráfico de pessoas, deputado Arnaldo Jordy (PPS-PA), vai apresentar pedido de convocação de empresários ou pessoas físicas suspeitos de tráfico internacional de pessoas para trabalharem na construção civil do Distrito Federal.
Operação Liberdade Nesta quarta-feira (15), a Polícia Federal desarticulou um esquema que traficava pessoas de Bangladesh, Afeganistão e Paquistão para trabalharem em um canteiro de obras de Samambaia, que fica a 35 Km do centro de Brasília. Segundo informações já em poder da CPI, a quadrilha aliciava os trabalhadores com falsas promessas de salário entre 1 mil a 1, 5 mil dólares (cerca de R$ R$ 2 mil a R$3 mil) e cobrava até 10 mil dólares pela imigração ilegal.
Os trabalhadores entravam no Brasil ilegalmente via Peru, Guiana Inglesa e Bolívia. Batizada de Operação Liberdade, a ação da PF contou com 60 agentes para cumprir 14 mandados judiciais.
Além de eventuais empreiteiros envolvidos no negócio, o presidente da CPI pretende chamar autoridades do governo federal, caso se confirme a informação de que os estrangeiros trabalhariam em obras do Minha Casa Minha Vida – programa que é conduzido pelo Ministério das Cidades.
“Chama a atenção da CPI o fato de estas pessoas serem recrutadas na Ásia, já que até o momento tínhamos registros apenas de trabalhadores traficados de países vizinhos ao Brasil e do Haiti para serem explorados por aqui. A construção civil e a indústria têxtil figuram na lista dos setores que foram flagrados explorando a mão de obra estrangeira”, disse Jordy.
Belo Monte Em março deste ano, a Polícia Civil do Pará desmantelou uma casa de prostituição que traficava jovens do Sul do País para atuarem em uma boate erguida em terreno perto da construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu. O empreendimento integra o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Cinco pessoas foram indiciadas por cárcere privado, exploração da prostituição, tráfico de pessoas e formação de quadrilha.