CNJ determina que cartórios registrem casamento civil de casais do mesmo sexo

 O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) aprovou nesta terça-feira uma  resolução que obriga os cartórios de todo o país a registrar o casamento civil  entre pessoas do mesmo sexo. A norma também determina que sejam convertidas em  casamento as uniões estáveis homoafetiva registradas previamente.

A proposta de resolução foi feita pelo presidente do CNJ e do Supremo  Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa, e foi aprovada por 14 votos a  um. Ele argumentou que a resolução era necessária para dar efetividade à decisão  tomada pelo STF em maio de 2011 que reconheceu o mesmo direito de união civil  aos homossexuais.

Durante a discussão no CNJ, ponderou-se o fato de o casamento civil entre  pessoas do mesmo sexo estar em discussão no Congresso Nacional. Barbosa  argumentou que já havia uma decisão do STF e, portanto, não seria o caso de  aguardar a atitude dos parlamentares.

— Vamos exigir aprovação de nova lei pelo Congresso Nacional para dar  eficácia à decisão que se tomou no Supremo? É um contrassenso — disse.

O ministro lembrou que a decisão do tribunal teve efeito vinculante – ou  seja, deve ser seguida por todos os setores do Judiciário e da administração  pública:

— O conselho está removendo obstáculos administrativos à efetivação de  decisão tomada pelo Supremo, que é vinculante.

“É vedada às autoridades competentes a recusa de habilitação, celebração de  casamento civil ou de conversão de união estável em casamento entre pessoas de  mesmo sexo”. “A recusa prevista no artigo 1° implicará a imediata comunicação ao  respectivo juiz corregedor para as providências cabíveis”, diz a resolução.

— O STF afirmou que a expressão da sexualidade e do afeto homossexual não  pode servir de fundamento a um tratamento discriminatório, que não encontra  suporte no texto da Constituição Federal de 1988. O passo já dado pelo STF não  pode ser desconsiderado por este Conselho Nacional de Justiça — ressaltou  Brabosa.

Conforme informou O GLOBO na semana passada, tribunais de 12 estados e do DF  já autorizam casamento civil de pessoas do mesmo sexo.

Segundo o professor de Direito da FGV-Rio Thiago Bottino, a possibilidade de  converter a união estável homoafetiva em casamento e a habilitação direta para o  casamento (sem união estável prévia) são uma consequência do julgamento do  Supremo, pois a legislação dá esse direito a heterossexuais, mas não está  expressa na decisão do STF. Por isso, cada juiz interpreta de uma maneira.  Quando o TJ de um estado edita um provimento sobre o assunto, ele diminui a  insegurança jurídica, que pode acabar com a nova resolução do  CNJ. Informações de O Globo.

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