Que a lei não mate os nossos bebês

(*) Benedito Domingos 

Legalização do aborto, esse assunto nunca foi tratado com tanta naturalidade no Brasil como tem sido atualmente, mas em minha opinião, ainda é algo assustador, inaceitável, por assim dizer. O aborto é crime e a legalização de tirar a vida de um ser humano deveria ser, no mínimo, inegociável.

A decisão de dar a vida e de tirá-la é, e deve continuar sendo sempre, de Deus. O cientista mais instruído do mundo não é capaz de dar a vida. Ele pode multiplicar ou clonar uma célula, mas dar a vida, não!

Sim, a mulher é sim dona do seu corpo, mas não da vida. Acredito que não há diferença entre matar um bebê que ainda está no ventre ou um homem adulto. É exatamente a mesma coisa, a diferença é que um já viveu muito. Teve a oportunidade de escolhas na vida, e às vezes até escolhas erradas, e o outro, sequer teve a chance de nascer, de escolher a vida. Não temos o direito de tirar essa oportunidade. Isso é crime.

Querem garantir o aborto, matar uma criança indefesa. Entretanto quando se fala em pena de morte para quem pratica um crime hediondo, a população prontamente se levanta. Surgem inúmeros ativistas dos direitos humanos alegando que é dever do Estado preservar a vida. Mas e a vida do bebê não merece ser preservada? Hoje, quase um milhão de abortos são realizados anualmente no Brasil de modo clandestino. Pesquisadores afirmam, porém, que por não ser legalizado, centenas de mulheres morrem em clínicas clandestinas. Sabemos que infelizmente isso acontece sim, assim como milhares de pessoas são assassinadas todos os dias saindo de suas casas para suas atividades diárias.

O Estado, como uma nação, não pode patrocinar a morte, seja de um bebê ou de um adulto, no caso da eutanásia. A propósito, a eutanásia é outro assunto que está em foco, se deve ou não se desligar os aparelhos quando o paciente está em coma ou em estado vegetativo. Da mesma forma contundente penso que esta pessoa deve viver até seus últimos minutos. Não podemos forçar a morte.

São tantas as maneiras de se evitar uma gravidez. Ao invés de lutarmos para que a mulher seja legalmente capaz de interromper a gestação ao 3° mês, por que não lutamos para termos uma campanha de prevenção eficaz? Sem contar com os distúrbios psicológicos que a mulher sofre depois de cometer o aborto. O índice desse trauma pós-aborto aumentou de 9% para 59% nos últimos anos, segundo estudos. O governo deveria parar de perder tempo debatendo se legaliza ou não o aborto e começar a trabalhar em cima de estratégias e campanhas de conscientização sobre como evitar a gravidez e sobre planejamento familiar.

A sociedade que se declara a favor do aborto grita ao mundo o seu fracasso nas bases educacionais, sociais e de políticas públicas. O Estado tem de oferecer apoio psicológico a essa mãe e mostrar a ela as opções que ela tem, uma delas a adoção.

Conheço o exemplo de uma mulher que tirou seu bebê quando estava grávida de sete meses e o jogou no lixo. Uma mulher que passava pelo local no momento ouviu um choro e levou o bebê para o hospital, onde ficou sendo tratado por meses. Hoje, esse bebê que foi jogado fora é uma moça muito bonita. Cantora, dona de uma voz linda. Hoje canta junto com essa mulher que a achou no lixo e que se tornou sua mãe adotiva. É uma pessoa feliz e abençoada! E ela quase não teve a chance de nascer. Quantos cantores, médicos, quantos advogados, quantos futuros presidentes do Brasil vão perder a oportunidade de nascer, de crescer, vão perder a oportunidade de ser? Não podemos permitir que esses bebês se tornem vítimas da lei.

 (*) Benedito Domingos é deputado distrital pelo PP

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