Milhares de devotos celebram, nesta terça-feira (23), o Dia de São Jorge. As igrejas recebem fiéis sob clima de comoção e homenagens. Nos arredores da Paróquia de São Jorge, em Quintino – tradicionalmente uma das mais visitadas nesta data -, o clima era de tranquilidade, apesar da grande quantidade de visitantes. Entre os mais diversos pedidos e agradecimentos, havia algo em comum: proteção.
O pároco principal da Igreja, Marcelino Modelski, que está há 12 anos à frente da paróquia, celebra hoje sua última missa no Rio. Ele, que começou as atividades às 5h da manhã nesta terça-feira, contou ao JB o que pode explicar tamanha devoção ao Santo Guerreiro:
“São Jorge responde a algo muito humano, que é a segurança. Algo que até o poder público deveria prover”, falou, em tom de crítica. “Eles encontram proteção e se identificam. Se ele mata um dragão, eu também posso; se ele é forte, eu também sou”, explicou o padre, que dará lugar a Dirceu Rigo no comando da paróquia.
Entre os fiéis estava Ivani Martins, de 68 anos, moradora em Madureira. Emocionada após receber água benta, ela contou que há dez anos acompanha a festa pelo santo naquela igreja. “Este ano eu vim pedir juízo ao meu neto. Ele é um rapaz direito, mas abandonou os estudos. Quero que ele acerte na vida”.
Jussara de Moura, de 36 anos, levava uma imagem de São Jorge e outra de Ogum. Ela admitiu que não acompanha a celebração todos os anos, mas sim “quando o coração pede”. “Sou espírita, mas pra mim o sincretismo é fundamental”.