Alerta vermelho no quintal do governador Agnelo Queiroz

Wilson Silvestre, Jornal Opção

A atividade política no Distrito Federal pode ser comparada às formações de nuvens. A cada olhada muda o formato e a interpretação das figuras, mas continuam nuvens. Esta analogia com as nuvens tem muito a ver com o momento em que o governador Agnelo Queiroz (PT) vive como titular da cadeira do Palácio do Buriti. Mergulhado na montagem de uma estratégia política e tentando, desesperadamente, sair das cordas do ringue, sendo fustigado pelos números negativos de sua gestão e ainda ter nos calcanhares, toda semana uma notícia ruim.

A degradação da credibilidade como gestor público, que nunca sai dos 15% de aprovação positiva, afeta a confiança que o brasiliense havia depositado nele. Sem convergência de povo e voto, só resta ao doutor Agnelo pedir ajuda aos universitários, ou seja, os aliados. Mas, que aliados são esses? Onde estão e o que fazem que até agora não o ajudaram a sair do vermelho? To­dos conspiram contra todos e ninguém se importa com a opinião pública, a verdadeira chave que abre as portas da convergência, une esforços entre a sociedade e os mandatários da vez. Acabou o tempo da prudência em que um líder político às vezes se sacrificava em nome de um ideário. Hoje, só se ouve os gritos dos aflitos clamando: “Queremos mais ação e menos governo no rumo certo”.

Diante dessa desagregação política, a governabilidade pede humildade e respeito ao eleitor. Não importa se este cidadão é das classes mais abastardas ou está no estrato do protetorado petista. Todos sonham com um Distrito Federal melhor, sem tantos escândalos e denúncias, principalmente contra o governo local.

Quando a balança da credibilidade pende a favor da descrença, significa que a confiança no governo foi para o brejo. Diante desse quadro, a manutenção do projeto de avalizar a permanência de Agnelo Queiroz à frente dos destinos do brasiliense em 2014 tende a minguar a cada dia. Basta uma boa espiada na Câmara Legislativa para perceber o tamanho do serpentário que cerca o governador. Não existe Wasny de Roure que dê jeito.

Os blogs que não rezam na cartilha do governador, como o QuidNovi, Guardian Notícias e outros menos cotados, alardeiam uma suposta conspiração contra  Agnelo. Ele já teria identificado a origem. Ele mesmo: Cabo Patrí­cio. Ovelha negra do petismo de resultados, defenestrado por Agnelo quando buscava a emenda da reeleição. Leia com atenção este trecho: “O ex-presidente da Câmara, Cabo Patrício, enfrenta denúncia de desvio de recursos na sua gestão. Agnelo tem maioria na casa. Pressiona abertura de processo contra Patrício para evitar o retorno do parlamentar à presidência”. Se for verdade, Patrício que sonha ser reeleito e buscar a presidência novamente do Legis­lativo, pode ir rezar noutro templo. O doutor Agnelo não perdoa rasteira ou bola nas costas.

Se for confirmada a guerra entre as estrelas do partido… pobre Agnelo, o que será de ti? De um lado a oposição batendo pesado, do outro o próprio partido colocando cascas de banana no caminho. Por esta e outras que o vice-governador Tadeu Filippelli, que já tinha fama de monge com voto de silêncio, ficou mudo de vez.

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