A Secretaria de Direitos Humanos enviou no sábado uma força-tarefa para investigar o assassinato de moradores de rua em Goiânia. Desde agosto de 2012, foram registrados 26 homicídios na Região Metropolitana. Os últimos aconteceram na madrugada deste domingo, quando um menino de 11 anos e um adulto foram mortos a pauladas.
— Há fortíssimos indícios de que os assassinatos de moradores de rua em Goiânia sejam de responsabilidade de grupos de extermínio. Tratam-se de execuções sumárias, o que torna a versão de que se tratariam de brigas entre os próprios moradores inverossímil. A polícia goiana tem a obrigação de investigar com atenção e profundidade todas as hipóteses, inclusive a possibilidade de participação de policiais nas chacinas, conforme relatam alguns moradores de rua — disse Wadih Damous, presidente da Comissão Nacional de Direitos Humanos da OAB.
— São crimes bárbaros e covardes, praticados contra pessoas indefesas, e que não podem ficar impunes seja quem for o responsável.
De acordo com Gabriel Rocha, secretário nacional de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos, “há uma política de extermínio em curso”.
— Existem notícias de várias testemunhas que põem sob suspeita o envolvimento de agentes públicos nos assassinatos. Isso nos preocupa bastante — contou Rocha.
Segundo ele, de acordo com a Secretaria Municipal de Assistência Social de Goiânia, existem 900 moradores de rua na cidade. A maioria viria do interior do estado em busca de tratamento de saúde ou para fugir de situações de violência familiar. Para ele, as drogas podem não ser o motivo principal dos assassinatos.
— De acordo com a prefeitura, somente 30% dos moradores de rua têm envolvimento com entorpecentes. Essas estatísticas são importantes para direcionar as políticas para essa parcela da população. Informaçõs de O Globo.