Foi muito bom para Ronaldinho Gaúcho. Camisa 10 e capitão da seleção brasileira, ele aproveitou bem a fragilidade da Bolívia no amistoso em Santa Cruz de la Sierra. O meia do Atlético-MG teve boa atuação e comandou o time do técnico Luiz Felipe Scolari na fácil goleada por 4 a 0, com gols de Leandro Damião, Neymar (2) e Leandro, o jovem atacante do Palmeiras que entrou no segundo tempo.
– O professor (Felipão) me pediu para fazer exatamente aquilo que faço no Atlético-MG, então estou me sentindo muito bem, muito à vontade – disse Ronaldinho, que parece levar vantagem sobre Kaká, outro veterano que luta por espaço na seleção.
Indagado se ainda se sente sendo testado para a Copa das Confederações, Ronaldinho admitiu:
– No futebol a gente é testado todo dia. Estou em boa fase lá no Galo e quero dar continuidade nisso na seleção.
O jogo, uma iniciativa da CBF para arrecadar dinheiro para a família do garoto Kevin Espada, morto aos 14 anos por um sinalizador soltado por torcedores do Corinthians durante partida da Libertadores em Oruro, na Bolívia, teve uma ausência importante: a do pai do menino. Convidado, Limbert Espada se recusou a ir ao estádio, embora tenha viajado a Santa Cruz de la Sierra. Durante a semana ele tinha dito que estava indignado com o fato de a federação boliviana ter incluído ex-jogadores, campeões da Copa América de 1963, e a própria entidade no rateio da renda.
– Estamos indignados e com muita raiva diante dessa situação. Estão usando o nome do meu filho para promover o jogo – chegou a dizer Limbert.
Em campo, o que se viu foi a supremacia total da seleção brasileira sobre uma equipe quase inocente de tão fraca. A Bolívia, penúltima colocada nas eliminatórias da América do Sul para a Copa do Mundo de 2014, foi presa fácil para os lançamentos de Ronaldinho e os deslocamentos de Neymar.
O primeiro gol nasceu logo. Ronaldinho começou o lance, descobrindo Jean na direita. O volante, improvisado de lateral, foi à linha de fundo e cruzou rasteiro para Leandro Damião emendar para a rede: 1 a 0. Em seguida, Paulinho, Ralf e Ronaldinho tiveram chances de aumentar. E Neymar chutou na trave, aos 11.
Depois de mais pressão, saiu o segundo gol, aos 30. Neymar recebeu ótimo passe de Ronaldinho na área e tocou na saída do goleiro: 2 a 0. Aos 41, de novo Neymar: desta vez ele bateu de primeira, dentro da área, após ótimo passe de Jadson: 3 a 0.
No intervalo Felipão trocou Leandro Damião por Pato e Neymar por Osvaldo.
– É um jogo para dar oporunidade a alguns jogadores que a gente não pôde levar nos outros jogos – explicou o treinador.
O segundo tempo foi em ritmo bem mais lento. A seleção brasileira preferiu não se gastar e recuou, limitando-se a tocar a bola para o lado. A Bolívia, pobre Bolívia, esboçou subir ao ataque, mas esbarrou nas suas próprias limitações, que são muitas. De bom, só um chute cruzado de Marcelo Moreno, aos 28 minutos, para fora.
Ronaldinho, que na etapa final desapareceu do jogo, como toda a seleção, deu lugar ao garoto Leandro, atacante do Palmeiras, aos 31 minutos. Aos 41, o vascaíno Dedé deu lugar ao garoto do Botafogo Dória, de 18 anos, na zaga.
No fim, Osvaldo ainda teve tempo de fazer bela jogada em velocidade. Driblou um adversário e bateu forte, rasteiro, para defesa difícil de Galarza.
Quando parecia que terminaria mesmo 3 a 0, Leandro bateu de primeira após ótima troca de passes entre Paulinho, Pato e Jadson e ampliou para a seleção brasileira: 4 a 0. Foi a primeira vitória desde a volta de Felipão, que tinha perdido na estreia para a Inglaterra e empatado em março com Itália e Rússia. Informações de O Globo.
BOLÍVIA 0 x 4 BRASIL
Local: Ramón Aguilera, em Santa Cruz de la Sierra (BOL)
Data-hora: 06/04/2013, às 16h30 (de Brasília)
Árbitro: Patrício Loustau (ARG)
Gols: Leandro Damião (03’/1ºT), Neymar (30’/1ºT), Neymar (41’/1ºT), Leandro (47’/2ºT)
Cartões amarelos: Eguino (BOL), Osvaldo (BRA)
BOLÍVIA: Galarza, D. Bejarano (Jimenez, intervalo), Eguino, Zenteno e M. Bejarano (Torrico, intervalo); Meleán (García, intervalo), Veizaga (Chumacero, intervalo),Rojas e Campos (Dani Bejarano); Arce (Vargas, 21’/2ºT) e Marcelo Moreno. Técnico: Xabier Azkargota
BRASIL: Jefferson, Jean, Dedé (Dória, 41’/2ºT), Rever e André Santos; Ralf, Paulinho, Ronaldinho Gaúcho (Leandro, 32’/2ºT) e Jadson; Neymar (Osvaldo) e Leandro Damião (Alexandre Pato, intervalo). Técnico: Luiz Felipe Scolari