O Globo, com agências internacionais
— O Equador quer estabelecer uma relação de benefício mútuo, do tipo “ganha-ganha” — defendeu o embaixador do Equador na China.
Segundo a organização não governamental Amazon Watch, que fica na Califórnia, nos Estados Unidos, sete grupos indígenas da região argumentam que não consentiram o estabelecimento dos projetos de petróleo em suas terras.
“Pedimos às empresas públicas e privadas de todo o mundo que não participem do processo de licitação que viola de forma sistemática os direitos de sete etnias indígenas ao impor projetos de petróleo a seu território ancestral”, escreveu um grupo de associações indigenistas em carta aberta há alguns meses.
O secretário de Hidrocarbonetos do Equador, Andrés Donoso Fabara, por sua parte, acusa os representantes indígenas de falarem em nome de suas comunidades com fins políticos. Ele informou que o governo decidiu por não licitar determinados blocos do território por falta de apoio das comunidades locais.
— Estamos amparados pela lei se quisermos agir com a força e promover as atividades, mesmo que eles sejam contra — afirmou Fabara ao “The Guardian”. — Mas essa não é nossa política.
A Amazon Watch defende que o acordo vai violar a própria política chinesa para novos investimentos, anunciada no mês passado, que promete respeitar as comunidades locais e o meio ambiente em operações fora do país. Críticos dizem que a dívida do Equador com a China pode ser um dos fatores que impulsionam o negócio.
O Equador deve à China mais de US$ 7 bilhões, o que representa mais de 10% de seu Produto Interno Bruto (PIB, o conjunto de bens e serviços produzidos). Desde 2009, os empréstimos chineses são recompensados com carregamentos de petróleo.
— Acredito que seja mais do que uma questão de dívida. É porque os equatorianos são tão dependentes dos chineses para financiar seu desenvolvimento que estão cogitando comprometer áreas como a social e o desenvolvimento.