O que não pode ser e o que é

 Marli Rodrigues (*)

Como sindicalista, diversas vezes me deparo com situações que fogem ao bom senso. Acordos selados que são descumpridos, discursos duvidosos, ações que não condizem com a teoria. Pude comprovar um exemplo dessa realidade nas últimas negociações do GDF com diversas categorias. Percebi que não há justificativas para o parcelamento de gratificações e benefícios, pois a situação agora está tão clara como água cristalina.

É perceptível que todos aqueles que têm representantes no Legislativo e no Executivo foram agraciados com o pagamento integral de benefícios, inclusive aqueles que sequer se mobilizaram. Alguns beneficiados não fizeram nenhuma articulação, lobby na Câmara Legislativa, ou tiveram orçamentos previstos na LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) e na LOA (Lei de Orçamento Anual). Nada.

A democracia existe, pena que não é pra todos. O que vale mesmo são as influências, as articulações e conversas de bastidores. Nem sempre o que é colocado na mesa, de forma cristalina, parece ser límpido assim quando se fecham as portas do gabinete.

Ainda bem que no mundo todas as coisas mudam. Ditadores caem, países superam conceitos ultrapassados e até Papas renunciam. Com tantas transformações, podem ter certeza, os servidores da saúde também começam a perceber o que não pode ser e o que realmente é. A categoria está fazendo a leitura correta do jogo que está posto e se prepara pra retomar a luta.

 (*) Marli Rodrigues é presidente do SindSaúde

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