Não é novidade para ninguém que o sistema de saúde do DF faliu. Tanto que o estado emergencial foi decretado pelo governador Rodrigo Rollemberg desde janeiro de 2015 e prorrogado até meados do próximo mês de julho. O decreto permite que o GDF adquira medicamentos e insumos sem licitação e outros serviços.
Apesar do caos da Saúde, uma força-tarefa integrada por servidores da Câmara Legislativa e da Secretaria de Saúde acaba de desbaratar um esquema criminoso na Saúde do DF para cobrança de propina, direcionamentos de licitações, pagamentos de serviços não executados, além do detalhamento de como diversos contratos foram montados com o firme propósito de beneficiar empresários.
O esquema tem como objetivo principal fraudar a legislação em vigor. A denúncia publicada pelo Blog do Edson Sombra informa que todos esses esquemas foram bem detalhados em gravações de áudio, vídeos e mensagens de WhatsApp dos envolvidos. O trabalho da força-tarefa abrange o período de outubro de 2015 a maio de 2016.
Ainda segundo denúncia feita pelo jornalista Edson Sombra, “o método adotado parecia perfeito” até que um dos integrantes disse ter conhecimento da fraude. “O esquema não é estranho a integrantes do primeiro escalão do Palácio do Buriti e estaria causando discórdia entre dois grupos palacianos. Em uma das inúmeras gravações, um deles reclama da omissão do líder do outro grupo, que sabe da cobrança de 10% de propina e não toma as providências cabíveis”, diz o relatório.
Todo o material coletado pela força-tarefa passa por desgravação e até uma perícia de voz será realizada para facilitar o reconhecimento dos envolvidos, embora muitos deles sejam autoridades públicas.
Ainda segundo a denúncia da força-tarefa, um dos áudios chama a atenção quando em conversa um dos envolvidos recomenda se tomar cuidado com possíveis gravações e alerta: “Tome cuidado, todo mundo agora filma e grava”. Não sabiam eles – dois deputados distritais – que já estavam sendo monitorados desde o final de 2015.
O Estação da Notícia está tentando contato com a comunicação do GDF para conseguir informações sobre a denúncia, mas ainda não tivemos resposta.
