Criação de centro de referência para autistas é defendida em audiência pública

Pais reclamaram da falta de atendimento diferenciado

A necessidade de construção e manutenção pelo governo local de um centro de referência no tratamento de autistas e pessoas com deficiências foi defendida pelos participantes da audiência pública que a Câmara Legislativa realizou na manhã desta quarta-feira (27). A iniciativa, do deputado Wellington Luiz (PMDB), atraiu ao plenário pais e representantes de órgãos ligados aos direitos dos autistas, como também de dirigentes de secretarias do GDF e de outras instituições públicas.

Ao abrir a discussão, Wellington Luiz ressaltou seu total apoio à reivindicação de criação do centro de referência, destacando que a medida poderá trazer “o aprimoramento das políticas de atenção à educação, saúde e segurança” daquela parcela da população. O distrital reclamou das dificuldades que tem enfrentado para que o governo aplique os recursos previstos em suas emendas parlamentares para beneficiar as instituições que lidam com a educação de autistas e de pessoas com deficiências.

A presidente da Câmara Legislativa, deputada Celina Leão (PPS), assegurou que a Casa “está sensível e antenada” com o problema discutido na audiência pública. Ela manifestou apoio pessoal e do legislativo como um todo para a aprovação de recursos que garantam a criação do centro de referência cobrado pelos pais de autistas e das pessoas com deficiências. “Infelizmente o Estado está despreparado para fazer esse investimento. Mas temos que lutar por esse atendimento especializado”, pregou.

O detalhamento do projeto modelo de centro de referência foi apresentado pelo representante da Associação Anjos Azuis, responsável pelo Movimento Orgulho Autista Brasil. Ele explicou que a medida garantiria maior oferta de serviços multidisciplinares, que envolveriam o acompanhamento dos pacientes nas  áreas de saúde, educação e assistência social, em uma única instituição, como já ocorre em outras cidades do Brasil. Para isso, defendeu que haja um trabalho integrado entre as várias secretarias do GDF.

A vice-diretora do Hospital de Apoio, Maria Cristina Scandiuzzi, lembrou que a instituição tem oferecido tratamento especializado para autistas, mas reivindicou melhoria na infraestrutura daquele hospital para ampliação do atendimento que, admitiu, precisa ser melhor divulgado entre a população.

Rede – O diretor do Instituto de Saúde Mental (ISM), Ricardo Albuquerque, representando o secretário de Saúde, defendeu também que é preciso ampliar a rede de atendimento àqueles pacientes. Disse que na atual gestão a secretaria pretende criar um CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) especializado para crianças e adolescentes, a fim de desenvolver melhor os “projetos terapêuticos”.

Depois da exposição dos palestrantes, vários pais de crianças e adolescentes autistas reclamaram da falta de atendimento diferenciado para eles, incluindo a não-qualificação de professores nas escolas públicas do DF para garantir uma verdadeira inclusão no processo educativo dos alunos especiais.

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