Ligar para casa, mandar mensagem de texto, enviar e-mails, atualizar páginas nas redes sociais ou acessar outros sites são ações típicas do dia a dia da maioria das pessoas, mas que podem sair caro para quem não se organizar antes de colocar o pé na estrada nessas férias. Por isso, no segundo dia da série “Sem estresse nas férias”, no site da DEFESA DO CONSUMIDOR, do GLOBO, especialistas dão dicas de como evitar surpresas ao voltar para casa em termos de gastos com comunicação.
Para quem viaja dentro do Brasil ou para o exterior, os gastos podem subir consideravelmente. Além dos custos com as chamadas de DDD e DDI, normalmente mais caras do que as locais, os usuários da telefonia móvel estão sujeitos à cobrança de roaming, pelo fato de utilizarem o serviço telefônico fora da localidade geográfica onde estão registrados. Quem está fora do país está sujeito a pagar também a chamada taxa de deslocamento por cada ligação recebida no exterior. Este valor é calculado por minuto e seu custo pode ser até mais alto do que a tarifa de roaming. E essa é uma das principais armadilhas das viagens.
— Em viagens dentro do Brasil, não há grandes surpresas. Em geral, não há cobranças altíssimas, grandes sustos na conta — afirma Eduardo Tude, presidente da consultoria em telecomunicações Teleco. — O problema é no exterior e principalmemte com as chamadas telefônicas, com os gastos com voz, pois o cliente paga pelas ligações feitas e pelas recebidas, nas quais incide a taxa de deslocamento.
No caso da comunicação por voz, o minuto avulso de conversa com o Brasil de países da Europa (exceto Portugal), Ásia, Oceania ou Oriente Médio pode superar os R$ 11. Dos Estados Unidos, o valor cai para cerca de R$ 6. Vale lembra que o tempo da chamada, geralmente, começa a ser contado do momento em que o usuário aperta send. Ou seja, a cobrança é igual para quem fala dez segundos ou um minuto. Para evitar surpresas, a maioria das operadoras solicita que o cliente entre em contato antes ou durante a viagem para liberar o roaming internacional. Além disso, elas oferecem pacotes de voz que reduzem significativamente o custo do minuto.
O SMS é uma opção de comunicação mais acessível para a viagem. O recebimento das mensagens de texto geralmente é gratuito, o que permite ficar sabendo o que está acontecendo em casa sem pagar por isso. O envio de textos custa bem menos que uma chamada de voz: dependendo da operadora, o valor pode ir de R$ 0,79 a R$ 1,87.
Já o uso da internet no celular é bem mais caro. Um MB avulso, ou seja, fora de um pacote de dados para viagem, pode sair a R$ 35,47. Claro, Oi, Vivo e TIM oferecem planos especiais que, assim como os de voz, que têm tarifas bem mais em conta do que as avulsas, com o MB podendo sair, por exemplo, a R$ 1,99. Algumas operadoras oferecem valores fechados por dia, outras pacotes que podem ser utilizados ao longo de um mês.
Tude alerta que os celulares fazem atualizações automaticamente. Por isso, recomenda que o viajante desabilite o uso de dados:
— Onde desabilitar varia de celular para celular. Esta opção normalmente está disponível em configurações. A pessoa deve, então, desabilitar o ícone de dados móveis, redes móveis ou dados em roaming para não ter surpresas quanto à quantidade de dados baixados.
Segundo a Oi, com 10 MB o cliente pode, por exemplo, escolher uma das seguintes opções: enviar ou receber até 100 e-mails sem anexo, assistir a um vídeo de até cinco minutos no YouTube, fazer até 20 atualizações com fotos em redes sociais, baixar até duas músicas no celular, ver até dez páginas de notícias.
Na opinião da vice-presidente de marketing e vendas da empresa de soluções de telecom WeDo, Bárbara Gurjão, o roaming é sempre a pior opção para usuários calejados em viagens internacionais ou com o mínimo de conhecimento tecnológico. Turistas que forem a países europeus ou aos EUA têm disponíveis, ela lembra, cartões pré-pagos para chamadas de longa distância.
— Você paga US$ 10 e fala durante vários minutos. É a solução ideal se você precisa falar com o Brasil, à venda em qualquer esquina desses países — recomenda a executiva.
Mas os cartões pré-pagos são feitos para serem usados em telefones públicos. Para quem precisa de mais mobilidade, é interessante comprar um chip de uma operadora local, ao menos para fazer ligações dentro daquele país. Já para falar com a família no Brasil pelo celular, o melhor é recorrer a aplicativos de VoIP (voice over IP), como Skype, ou mesmo de mensagens instantâneas, como WhatsApp, indica Bárbara. Donos de iPhone e iPad também têm a opção do Facetime, conversa por vídeo via dados com outros usuários de aparelhos Apple.
— Como não faz sentido pagar pelo roaming 3G, que é caríssimo, é muito importante procurar redes Wi-Fi gratuitas para usar esses aplicativos. Felizmente, elas estão por todo lugar nos EUA e na Europa, em cafeterias, restaurantes, lojas etc. Logo, hospedar-se em hotel que ofereça Wi-Fi também é fundamental — aconselha Bárbara.
Pelo Skype, por exemplo, é possível falar de graça com outros usuários do serviço ou pagar para ligar direto para telefones fixos ou celulares de qualquer lugar do mundo. Sessenta minutos para falar com a família no Brasil, por exemplo, custam apenas R$ 4 (para fixos) e R$ 20 (para celulares). O SMS custa R$ 0,45. As tarifas completas ficam disponíveis no link http://www.skype.com/pt-br/rates/
O Skype está disponível para download gratuito em computadores (Windows, Mac e Linux) e, assim como o WhatsApp, para celulares e tablets Android, iOS (de iPhone e iPad), Symbian e BlackBerry.
A compra de um chip local pré-pago também é solução barata para quem quer acessar a internet no celular sem recorrer ao roaming. Nos EUA, por exemplo, há até opções de chips pré-pago com conectividade 4G. Mas é preciso levar aparelhos desbloqueados.
Para esclarecer as principais dúvidas dos clientes, as quatro principais operadoras de telefonia móvel do país — Vivo, Oi, Claro e TIM — têm páginas destinadas apenas à questão dos custos e opções durante viagens. Infrmações de O Globo.