Os sistemas emergenciais de abastecimento de água nas cidades afetadas com a lama de rejeitos da mineração e a assistência às famílias vítimas da tragédia também estão no raio de ação do governo, de acordo com Dilma. A ministra do Meio-Ambiente Izabela Teixeira, após a fala da presidente, disse que o tempo para reestruturar o ecossistema não seria inferior a “uma década”.
Dilma defendeu que o bioma do Rio Doce deve ser usado como exemplo de recuperação. Ela ainda afirmou que o drama de degradação da bacia antecede a lama que afetou o curso d’água e, por isso, merece um trabalho mais cuidadoso. “A recuperação do rio é algo que nós temos que tomar como questão objetiva e é a única forma de reforma. Segundo ela, o plano de recuperação será construído pelo governo federal, mas com a participação dos estados. Nesta quarta-feira deverá ocorrer uma reunião entre a Advocacia-Geral da União (AGU) e os procuradores de Minas e Espírito Santo. “Esses três procuradores vão avaliar a arquitetura jurídica de todos os problemas e sobretudo desse plano de recuperação do Rio Doce. Essa é uma questão que é muito importante. A partir daí podemos dar exemplo de ação federativa no sentido da recuperação de uma das mais importantes bacias hidrográficas.”
Não há riscos
O governador Fernando Pimentel afirmou que sobre a lama que afetou a bacia do Rio Doce está sendo construído um plano de ação que envolva, inclusive, os outros estados. Para Pimentel, do ponto de vista emergencial tudo que pode ser feito está sendo providenciado. “Nós estamos começando a tratar com a questão de longo prazo. Vamos construir um plano federativo para reconstruir a bacia do Rio Doce”, disse. O governador de Minas admitiu que a situação no local é de risco. “A situação ainda é uma situação de emergência na região. Tanto é verdade que nós não permitimos que a população não retornasse para os locais de origem”. Apesar disso, ele disse que “não há risco imediato” e que a situação está sendo monitorada cotidianamente.
O governador do Espírito Santo, Paulo Hartung, afirmou que é necessário tempo para verificar os valores dos danos. Segundo ele, será cobrada a responsabilidade da empresa, mas é necessário que toda a extensão do problema seja mensurado e como a lama ainda avança não dá para ter noção do todo do problema. Hartung disse que um trabalho com os comitês de bacia tanto em Minas, como no Espírito Santo deve ser feito. O governador capixaba cobrou que a mineradora seja chamada à responsabilidade. “Nós precisamos cobrar responsabilidade da Samarco, nesse acidente ambiental mais grave do nosso país talvez’, disse.
Dilma anuncia plano de recuperação da Bacia do Rio Doce
A presidenta ressaltou que o monitoramento da qualidade da água para abastecimento das cidades atingidas e o risco de rompimento de novas barragens estão sendo monitorados diariamente.
Pimentel afirmou que a situação ainda é de emergência na região, mas “não há uma situação de risco imediato”. “Na barragem de Germano está sendo feito trabalho de colocar 500 mil metros cúbicos de pedra [para evitar o rompimento].”
O governador do Espírito Santo, Paulo Hartung, relatou que a lama está chegando ao estado pela divisa do município de Baixo Guandu. “Para avaliar esse desastre gravíssimo vamos precisar de um tempo. Não é possível fazer a avaliação sem saber toda a extensão dos danos. Por onde a lama está passando está destruindo a fauna e flora do Rio Doce. A empresa tem responsabilidade e vamos cobrar a responsabilidade da Samarco desse acidente ambiental mais grave da história do país”.
Dilma reuniu-se na noite de hoje (17) no Palácio do Planalto com integrantes do comitê de gestão e avaliação de respostas ao desastre ocorrido após o rompimento das barragens de rejeitos.
Participaram da reunião de hoje os ministros Jaques Wagner (Casa Civil), Gilberto Occhi (Integração Nacional), Eduardo Braga (Minas e Energia), Izabella Teixeira (Meio Ambiente), além do diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Hermes Chipp e do diretor-presidente da Agência Nacional de Águas (ANA), Vicente Andreu. Com informações da Agência Brasil e Estado de Minas.