Quando ainda era senador, o hoje governador do DF, Rodrigo Rollemberg (PSB), fez várias críticas ao Projeto Brasília 2060. Uma delas era a falta de licitação no contrato entre o GDF e a Jurong Consultants, empresa de Cingapura, no valor de US$ 4,25 milhões. O então governador Agnelo Queiroz (PT) chegou a dizer que objetivo era fazer de “Brasília uma das cinco melhores cidades do mundo para se viver”. O resto da história todo mundo já sabe.
Agora, a vice-presidente da Câmara Legislativa, deputada distrital Liliane Roriz, quer saber no que deu o projeto. Tanto que ela protocolou nesta terça-feira (13/10) um Requerimento de Informação endereçado ao Governo do Distrito Federal. No documento, a parlamentar dá 30 dias ao GDF para que seja informado os rumos do Projeto Brasília 2060 – contrato firmado entre o GDF e a empresa Consultoria Jurong, de Cingapura. Liliane quer tornar público o valor pago à empresa, os resultados apresentados pela Jurong ao GDF e saber o que o governo fez até agora.
Segundo Liliane, embora a contratação da empresa tenha sido divulgada pela imprensa, o estudo que foi apresentado pela Jurong ao GDF em 2014, ainda não é conhecido pela população. “Estamos falando de dinheiro público, de contrato sem licitação. Não podemos nos esquecer e deixar essa contratação irresponsável cair no esquecimento”, ressalta.
O ex-governador Agnelo Queiroz, do PT, contratou, em 2012, a empresa estrangeira por R$ 12 milhões (US$ 4,25 milhões) A proposta, de acordo com o antigo governador era de que a Jurong iria planejar o crescimento de Brasília para os próximos 50 anos. “A execução do contrato tem que se tornar pública. O povo do Distrito Federal tem o direito de saber quanto foi pago, afinal, quem está arcando com todos os custos da crise provocada pelo governo PT somos nós, a população do DF”, destaca Liliane.
Em 2014, o resultado do trabalho da Jurong foi apresentado pelo governo Agnelo com a definição de ações a serem executadas. A previsão de gastos chegava a casa dos R$ 235 bilhões por parte do governo. O ex-secretário do GDF, Hélio Doyle, chegou a criticar o estudo quando coordenava a transição do governo, após derrota de Agnelo nas últimas eleições.
De lá para cá, pouco se falou sobre o projeto. “O GDF não ouviu a população, os arquitetos e urbanistas que vivem a cidade e foi contratar uma empresa de Cingapura para ‘pensar Brasília’. Já passou da hora de o governo divulgar para todos o que foi ‘pensado’ e o que foi pago para a Jurong pensar”, criticou Liliane. “Temos que saber quem será responsabilizado por jogar R$ 12 milhões do dinheiro público no ralo”, completa.