O primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, anunciou nesta quinta-feira (20) sua renúncia ao cargo após sete meses de governo. Com sua saída, a Grécia deve passar por novas eleições. Segundo a legislação do país, o presidente Prokopis Pavlopoulos deve consultar os outros partidos majoritários para verificar se eles têm condições de formar um governo, chamado governo de minoria. Essa consulta ocorre pelos próximos três dias. Por conta da crise econômico e política, é improvável que as outras forças partidárias possam sustentar um novo governo.
A Grécia enfrenta uma forte crise desde 2010, quando perdeu as condições de pagar sua dívida soberana. Nos anos que se seguiram, as lideranças de centro esquerda e centro direita não conseguiram dar uma resposta aos problemas financeiros, o que culminou na vitória do Syriza, o partido de extrema esquerda liderado por Alexis Tsipras, em janeiro de 2015.
Tsipras venceu as eleições com uma plataforma contrária às políticas de austeridades defendidas pela União Europeia. Durante seu governo, entretanto, ele precisou negociar com os europeus empréstimos e planos de resgate e acabou adotando algumas políticas de austeridade.
O ponto mais tenso de seu mandato ocorreu em junho. O governo Tsipras convocou um referendo para saber se a população grega aceita ou não se submeter aos termos do Banco Central Europeu. O Banco Central decidiu que não renegociaria a dívida antes do referendo, e por causa disso a Grécia foi forçada a dar um calote no Fundo Monetário Internacional (FMI).
Ao apresentar sua renúncia, Tsipras não anunciou a data das novas eleições. O novo pleito, entretanto, coloca a Grécia novamente em um cenário de incertezas, já que alguns partidos gregos defendem que o país abandone o euro e até mesmo a União Europeia. Até hoje, nenhum país-membro da UE deixou o bloco. Informações da Época.
