Memorial JK: Um espaço que deve ser respeitado

 

Não me arrependo do que fiz. Não me arrependo de ter levado em consideração o interesse de preservar o nosso dia de amanhã – o futuro da Pátria Brasileira”

 Juscelino Kubitschek.

 

Essa frase norteia a neta de JK, Anna Christina Kubitschek Barbará Alves Pereira, que está à frente do Memorial desde outubro de 2000. Foi colocada no cargo pelo conselho, que via nela a possibilidade de uma injeção de juventude para o espaço na virada do milênio. E Anna Christina percebeu a necessidade de readequar o museu. Reformou o auditório, restaurou o espelho d’água e suas cascatas, que estavam desativadas, e inaugurou a nova iluminação externa do Memorial, além de promover uma rigorosa revisão nas instalações elétricas e hidráulicas. Ou seja, valorizou sua arquitetura.

Por dentro, ela reorganizou e informatizou o acervo, criando um banco de dados completo, facilitando o acesso de estudantes e interessados em conhecer fatos históricos a respeito de JK. Incorporou mais de 200 objetos à exposição permanente do Memorial, trocou vitrines de exposição, introduziu painéis interativos modernos e elaborou galerias mais bem estruturadas. O trabalho trouxe um considerável aumento na visitação de escolas e grupos infantis ao Museu. No lado externo, a seu convite, o artista Darlan Rosa distribuiu pelo jardim do Memorial JK esculturas em forma de esferas poéticas feitas em aço carbono que remetem a fragmentos da história de Brasília. Com o espaço revitalizado, o Memorial JK ocupa papel estratégico na cultura e garante a conservação da história de Juscelino Kubitschek, fundamental em tempos de grande volatilidade na comunicação e memória do Brasil.

Anna Christina Kubitschek faz questão de manter os funcionários do Memorial treinados, convocando-os para reciclagens constantes, o que não evita, por vezes, alguns raros mal-entendidos. Os treinamentos visam informar mais o pessoal e esclarecer corretamente os pontos onde há restrições de entrada, como a biblioteca de JK, ou de a captura de imagens, como a Câmara Mortuária, onde está o túmulo do fundador de Brasília, bem como a preservação dos espaços externos, como os espelhos d’água e os mármores externos, fazendo do Memorial JK um museu à prova de vandalismos e pichações.

 Visita à história

Percorrer o Memorial JK é conhecer a história do nascimento do Brasil moderno, nascido em 1956, quando o presidente Juscelino Kubitschek apresentou seu Plano de Metas, destinado a acelerar o desenvolvimento do Brasil. Com o slogan “Cinquenta anos em Cinco”, o projeto mirava cinco setores: energia; transporte; indústria de transformação; indústria de equipamentos; e a meta síntese: a construção de Brasília.

Graças ao arrojo dele e de homens como Lucio Costa (que projetou o Plano Piloto), Israel Pinheiro (primeiro presidente da Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil, a Novacap), Oscar Niemeyer (arquiteto que projetou os edifícios públicos e esculturas da nova capital), Ernesto Silva (à época diretor administrativo da Novacap), Bernardo Sayão (engenheiro e diretor da Novacap, a alma da construção da rodovia Belém-Brasília) e Affonso Heliodoro (assessor de JK e subchefe do Gabinete Civil da Presidência da República) foi possível entregar ao mundo um patrimônio chamado Brasília em tempo recorde.

Os detalhes das principais obras da nova capital, mostrados em filmes e fotos, estão no Memorial JK e permitem a os visitantes compreender os desafios arquitetônicos e tecnológicos enfrentados por quem concebeu e construiu Brasília no meio do cerrado brasileiro. Catetinho, Aeroporto, Palácio do Planalto, Palácio da Alvorada, barragem do Paranoá e a Esplanada dos Ministérios são algumas das obras que podem ser vistas no espaço, que conta desde os primeiros momentos de Brasília até a os dias de hoje, sem perder o encantamento de uma época que contagiou o Brasil e o mundo. O Memorial JK está aberto de terça a domingo, das 9h às 18h, e o visitante pode fazer uma viagem no tempo também lendo reportagens de jornais e revistas, assistindo vídeos e vendo fotos da época da construção de Brasília. Informações do Conselho do Memorial JK

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