Venezuela liberta general dissidente acusado de corrupção

 

O general Raúl Baduel, que foi um dos mais próximos colaboradores do presidente Hugo Chávez (1999-2013) antes de se tornar dissidente, foi libertado na noite desta quarta-feira (12) da prisão. Ele estava detido havia seis anos sob acusação de corrupção. Baduel cumprirá o restante de sua pena em regime de liberdade condicional. A notícia foi anunciada pelo seu advogado e confirmada pela família, que disse já estar reunida com ele em Caracas.

A libertação de Baduel surge um dia após autoridades concederem regime de prisão domiciliar a outro adversário do governo, o ex-prefeito de San Cristóbal Daniel Ceballos, detido havia mais de um ano por instigar protestos estudantis em 2014.

Juan Barreto – 5.nov.2007/AFP
O ex-ministro da Defesa da Venezuela, Raúl Baduel, com Chávez em foto de novembro de 2007
O ex-ministro da Defesa da Venezuela, Raúl Baduel, com Chávez em foto de novembro de 2007

Isso indica possível acenos apaziguadores por parte do governo do presidente Nicolás Maduro, sucessor de Chávez, às vésperas da eleição parlamentar de 6 de dezembro, na qual a oposição é dada como favorita por alguns analistas.

O caso de Baduel é um dos mais emblemáticos em matéria de dissidência nas fileiras chavistas.

O general era íntimo de Chávez –que também era militar– desde 1982.

Em 2002, Baduel foi um dos articuladores do movimento civil e militar que derrotou uma tentativa de golpe de Estado contra o então presidente Chávez bancada por empresários com apoio dos EUA.

A ruptura ocorreu cinco anos depois, quando Baduel, então ministro da Defesa, saiu do governo após se opor a um projeto de reforma constitucional que pretendia aumentar poderes presidenciais e decretar a Venezuela como Estado socialista.

A proposta foi rejeitada em referendo pela população, numa das derrotas mais traumáticas para o chavismo.

Em 2009, Baduel foi preso sob acusação de ter desviado milhões de dólares do orçamento militar.

No ano seguinte, a Justiça o condenou a oito anos de prisão –um deles cumprido antes da sentença.

O general sempre clamou inocência e se diz vítima de represália política por ter rompido com Chávez, que morreu em decorrência de um câncer em 2013. Informações da Folha.

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