Sob a sombra de um questionamento judicial, os tucanos devem ir, hoje, às urnas para eleger os 187 delegados das 21 zonais da legenda no Distrito Federal. Alegando diversas irregularidades no processo, as chapas encabeçadas pelo ex-presidente regional Márcio Machado e deputado federal Izalci Lucas se retiraram da eleição, deixando apenas a chapa do distrital Raimundo Ribeiro. A sigla, que tem um dos maiores potenciais políticos da capital federal, está rachada.
O grupo político de Machado entrou com uma ação na Justiça pedindo a suspensão da eleição. Até o fechamento desta edição, ainda não havia parecer judicial.
“Estamos divididos”, declarou Márcio Machado, para quem o partido não conseguiu construir o consenso necessário para ir às urnas. “Precisamos resolver isso, senão vamos chegar a 2018 esfacelados”, emendou.
Busca por união
Izalci afirma que deixou a corrida pelas zonais em busca da união do partido. “A quem interessa a nossa briga? Ela é boa para os nosso adversários. Temos que brigar é com o governo Dilma, com o PT”, disse.
O parlamentar lembrou que o partido, mesmo tendo uma ampla base de filiados e contar com o senador Áecio Neves, que teve boa votação na eleição presidencial no DF, não registra um desempenho expressivo nas eleições locais desde 1998. Na eleição passada, a sigla emplacou apenas Izalci na Câmara Federal e Ribeiro na Legislativa.
Chapa única garantida, diz atual presidente
“A eleição vai continuar com chapa única”, afiançou o presidente regional do PSDB, Eduardo Jorge. Na análise do líder tucano, a cisma do partido será ultrapassada. Jorge avalia que faz parte da política brasileira a demonização dos adversários diretos, mas garantiu que a legenda tem plenas condições de construir um consenso.
O tucano diz esperar que a sigla consiga unidade na eleição do diretório. De acordo com o estatuto da legenda, os futuros delegados irão definir o comando do partido em outro processo eleitoral. “Brasília vai começar a procurar novos nomes para a política. Esperamos estar bem posicionados”, comentou.
“Longe de gesto de união”
Após ter recebido a notícia das desistências de Izalci e Machado, o distrital Raimundo Ribeiro lamentou as decisões e declarou que irá trabalhar para a pacificação do partido. Para o deputado, o futuro do partido deve ser decidido pelos filiados nas urnas. “Isso (as desistências) está muito longe de ser um gesto de união”, disse o político.
As chapas de Izalci e Márcio Machado não conseguiram ser formadas em todas as zonais. Mesmo que seguissem em frente, não teriam a mesma capacidade de eleição de delegados como a chapa de Ribeiro, presente nas 21 zonais. Informações do Jornal de Brasília