Estupidez de Maduro: Exército inicia exercícios com cem mil homens

 Em meio à alta tensão com os Estados Unidos — nesta semana, Washington anunciou um novo pacote de sanções contra a Venezuela e classificou o país como “uma ameaça a sua segurança nacional” —, o presidente Nicolás Maduro iniciou uma rodada exercícios militares neste sábado. Cem mil homens participaram do treinamento equipados com tanques anfíbios chineses e mísseis russos.

– A Venezuela tem que estar preparada porque não é a Líbia nem o Iraque – disse Maduro na última terça, ao anunciar a iniciativa.

A meta dos exercícios é “identificar mais o soldado com suas tarefas, missões e com sua vontade de vencer”, segundo o ministro da Defesa, o general Vladimir Padrino López. Ele informou ainda que o treinamento vai durar mais dez dias, com a participação de 80 mil militares e 20 mil civis. Na última terça, ao anunciar os exercícios, Maduro afirmou que o objetivo era que “ninguém chegasse perto da Venezuela”.

Entre as atividades desempenhadas pelos homens neste primeiro dia estavam desembarques marítimos, treinamento de tiro no ocidente, próximo à fronteira com a Colômbia, além de exercícios com sistemas antiaéreos de origem russa.

Nesta semana, depois do anúncio do presidente americano Barack Obama de que a situação do país é “uma ameaça extraordinária”, Maduro requisitou ao Legislativo o poder de governar por decretos nas áreas de defesa e segurança. A decisão deve ser conhecida no domingo.

Parte do exercício foi realizado em uma zona de refinarias de petróleo, na costa do Caribe, a 200 quilômetros de Caracas. Lá, os soldados simularam o desembarque de 3.200 homens de tanques blindados anfíbios chineses comprados no início deste ano por US$ 500 milhões. Já no ar, os testes foram feitos com o sistema de mísseis de produção russa recebidos pelo país nos últimos anos, além dos jatos supersônicos comprados há algum tempo.

Mais do que afetar as relações exteriores, os exercícios também podem influenciar a já complicada situação interna do país: a Guarda Nacional também esteve no exercício para, segundo Padrino López, “aumentar seu treinamento para o controle interno e restabelecimento da ordem pública”.

A crescente militarização da Venezuela foi transformada em estudo pelo jornal ABC, da Espanha. O periódico publicou neste sábado uma análise baseada num relatório da consultoria de política Croes, Gutiérrez & Asociados observando que Nicolás Maduro “optou por militarizar o Estado para garantir ao menos o apoio do Exército frente ao crescente descontentamento pela crise econômica, política e institucional que vive o país”. O jornal cita ainda que até instituições normalmente de natureza civil têm ganhado comando militar no país: atualmente, sete ministros venezuelanos são militares.

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