Luísa Meireles | Expresso, Lisboa

Juncker, refere a imprensa, continua a ser visto em Atenas como um potencial aliado da Grécia, num momento em que as relações entre este país e as instituições europeias atravessam um mau momento.
A escolha de Tsipras, algo inesperada, deverá no entanto recolher os votos da maioria no Parlamento esta quarta-feira, já que para além dos votos do Syriza, Pavlopoulos, um moderado, contará também com os dos Gregos Independentes (aliados do Syriza no Governo) e da Nova Democracia, partido do qual é oriundo.
Pavlopoulos, advogado e professor, tem 64 anos e foi ministro da Administração Interna durante o último governo de Costas Karamanlis (ex-lider da Nova Democracia). Em 2008, atravessou uma séria crise quando um jovem de 15 anos foi morto por dois polícias, provocando uma vaga de motins na Grécia.
Segundo a imprensa grega, Tsipras terá mesmo justificado aos parlamentares que Pavlopoulos reagiu bem durante a crise e sem violência. O candidato do Syriza foi durante uma primeira fase um apoiante do memorando da troika, mas no final tinha posições bastante críticas, uma posição que facilitou a escolha do Governo de esquerda.
“Precisamos de um Presidente que tenha sensibilidade democrática, um elevado sentimento de consciência nacional e que seja aceite pela maioria parlamentar”, disse Alexis Tsipras no Parlamento, acrescentando que era preciso um candidato do consenso. Nem todos os deputados do Syriza viram com bons olhos a escolha de Pavlopoulos.