Mesmo com cessar-fogo, exército e separatistas combatem na Ucrânia

 

Desde a entrada em vigor da trégua, pelo menos cinco soldados ucranianos foram mortos e nove ficaram feridos em conflitos em Debaltseve e Mariupol, cidade portuária cobiçada pelos rebeldes.

Segundo o acordo assinado na semana passada, a retirada da artilharia pesada com vista à criação de uma zona de desarmamento de até 140 quilômetros deveria começar ontem (16).

O porta-voz do exército ucraniano, Andriy Lysenko, disse hoje (17) que o exército está preparado para começar a baixar as armas, mas que só o fará quando o cessar-fogo for observado pelos rebeldes em toda a linha de confronto.

“Conflitos continuam na região de Debaltseve. Nossos homens estão em suas posições e  têm o direito de abrir fogo em resposta aos ataques dos terroristas”, afirmou Lysenko. Segundo ele, até ontem as forças militares não respondiam aos ataques, mas hoje foram autorizadas a revidar.

Milhares de soldados ucranianos continuam cercados por forças rebeldes em Debaltseve. O governo da Ucrânia não admite o cerco, alegando que o exército tem o controle sobre uma estrada por onde é possível receber reforços e garantir a rotação dos combatentes.

Do outro lado, os líderes separatistas mantêm posição e tentam negociar uma rendição, afirmando que os soldados devem abandonar a cidade ou sofrer as consequências.

Esta é a segunda tentativa de negociação de um cessar-fogo na região. A primeira, assinada em setembro de 2014, não foi cumprida. Desta vez, 16 horas de negociações foram necessárias, entre os dias 11 e 12 de fevereiro, para que houvesse consenso entre o presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, o presidente da Rússia, Vladimir Putin; a chanceller alemã, Angela Merkel e o presidente da França, Francois Hollande.

Além do cessar-fogo e da criação de zonas desmilitarizadas de até 140 quilômetros, o novo acordo prevê o desarmamento total no prazo de duas semanas e a libertação dos reféns. Se esta etapa for bem-sucedida, novas eleições serão realizadas nas autoproclamadas repúblicas de Donetsk e Lugansk, que continuarão a fazer parte do território ucraniano, mas terão autonomia.

O grande ponto de discórdia, que pode arruinar a nova tentativa de paz, é a indefinição em relação à linha de cessar-fogo: como não houve consenso em relação à situação de Debaltseve, os rebeldes tentam, a todo custo, ampliar seu domínio sobre a região.

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