Do R7
A precária infraestrutura das escolas públicas do Distrito Federal motivou o adiamento do início do ano letivo. O calendário escolar previa a retomada das aulas no dia 9 de fevereiro, mas foi adiado para o dia 23. O atraso de 14 dias ainda não será suficiente para a reforma de 147 unidades de ensino, o que representa 33% do total de 675 unidades de ensino públicas.
Um levantamento da Secretaria de Educação, baseado em pedidos de escolas e Regionais de Ensino, mostra que 447 escolas necessitam de reparos. Até 23 de fevereiro, 300 ficarão prontas, mas estudantes e professores de 147 escolas terão que enfrentar as obras de manutenção ao longo do ano de acordo com a disponibilidade de recursos.
As escolas não vão passar por mudanças significativas. As obras serão para troca de telhados, conserto de fiação elétrica e reparos estruturais. As paredes entram o ano da mesma forma como ficaram em 2014. Por falta de dinheiro, não será possível reformas de acabamento como pinturas e mudanças na estética.
As aulas do ano passado terminaram em 22 de dezembro, mas as reformas só começaram na terceira semana de janeiro. Um mês de escolas vazias e obras paradas. O secretário de Educação, José Gregório, explica que o atraso foi necessário porque quando assumiu a pasta concluiu que os “indicadores eram piores do que se pensava”.
— Os prestadores de serviços estavam com pagamentos atrasados desde julho. As empresas não fariam as reformas. Nós fizemos um acordo de pagamento para que eles começassem. [Adiamento do início das aulas] Hoje temos evidências de que foi a melhor decisão.
Para justificar a sociedade que as escolas serão vistas como foram deixadas no ano passado, o secretário vai sugerir aos diretores das escolas que fixem cartazes em lugares visíveis com informações das reformas que ocorreram nos locais.
— As pessoas vão chegar e vão ver que as escolas não estão pintadas, não mudaram nada. Então a gente vai prestar contas com as placas que informam o que foi reformado e justifica que as outras obras necessárias não foram realizadas por falta de dinheiro. Nesta etapa nós vamos fazer as obras invisíveis, ninguém vê quando você conserta uma fiação, troca um telhado.
Por enquanto, as obras mais profundas acontecem no Centro Educacional 07 de Ceilândia, um dos maiores da cidade, passa por reforma geral necessária há anos e a Escola Café sem Troco, em São Sebastião, terá ampliação do espaço.
O secretário diz que, além das reformas, identificou pelo menos três escolas que terão que ser demolidas, uma no Lago Norte, no Riacho Fundo e Paranoá. As médias e grandes reformas serão feitas por meio de Termo de Cooperação com a Novacap para elaboração de projetos de arquitetura, ampliação e reconstrução.