'Marco não era herói, era traficante', diz ex-ministra dos Direitos Humanos

Paloma Savedra, O Dia

 “Que interesse há para onde as cinzas serão levadas no Brasil? O sujeito não era herói, era traficante”. A declaração – referente ao brasileiro Marco Archer, 53 anos, executado no sábado por tráfico de drogas na Indonésia – foi dada pela deputada federal Maria do Rosário (PT- RS), neste domingo, em sua conta no Twitter. A frase gerou polêmica na rede social por ter sido disparada pela parlamentar, que é ex-ministra dos Direitos Humanos.

Apesar de a deputada também ter afirmado ser contra a pena de morte, o questionamento sobre o interesse da imprensa brasileira pelo destino das cinzas provocou inúmeros comentários críticos de seus seguidores: “Desde sempre respeitamos e pranteamos nossos mortos. Trazer as cinzas é um ato civilizado. Simples assim”, escreveu uma internauta. “Discurso desumano” e “Frase infeliz” foram algumas das definições de outros seguidores, em meio ao debate na rede social.

Condenado ao fuzilamento por tráfico de drogas, em 2004, na Indonésia, o carioca Marco Archer Cardoso Moreira, 53 anos, morreu neste sábado (domingo, no país asiático), com um único tiro disparado contra seu peito. Segundo o procurador, o brasileiro, que era instrutor de asa-delta, foi amarrado a uma estaca, assim como os outros cinco condenados pelo mesmo crime. Marco foi o segundo deles a ser fuzilado.A execução de Archer ocorreu dentro do complexo de prisões de Nusakambangan, a 400 km de Jacarta, capital da Indonésia.

O corpo do carioca foi cremado na Indonésia quatro horas depois da execução e as cinzas serão levadas para o Rio de Janeiro pela sua tia, a advogada Maria de Lurdes Archer Pinto. Única parente ainda viva do brasileiro condenado à morte por tráfico de drogas, Maria de Lurdes está na Indonésia e esteve com Marco antes da execução.

 

Foto feita em 2004 mostra Archer na cadeia, um ano após ser capturado: ele tinha esperanças de ser salvo

Foto:  Banco de imagens

Após o fuzilamento do brasileiro, a presidenta Dilma Rousseff, que tentou a alteração da condenação em inúmeros pedidos, se disse “consternada e indignada”. Além disso, convocou o embaixador do Brasil em Jacarta para consultas. No meio diplomático, a medida representa uma espécie de agravo ao país no qual está o embaixador. Já o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, disse que a execução causa “uma sombra na relação entre o Brasil e a Indonésia”.

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