Geraldo Farias e Laís Motta, D24AM.com
O prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto (PSDB), disse, nessa quarta-feira (7), que não vê necessidade da Prefeitura ter mais de 1.800 servidores comissionados, funcionários que são contratados sem passar por concurso público.
“Não vemos necessidade em termos mais de 1.800 cargos comissionados. Irei ver a situação das secretarias caso a caso”, disse o prefeito, ontem, durante coletiva à imprensa sobre as mudanças no porto da Manaus Moderna.
A redução do número de comissionados faz parte de uma série de mudanças que Arthur pretende fazer dentro da reforma administrativa prevista, segundo ele, para preparar Manaus para uma possível crise financeira. Devem ser cortados 200 cargos comissionados, conforme foi informado anteriormente pelo secretário Municipal de Governo, Márcio Noronha. O número, segundo o secretário, corresponde a 10% do total de comissionados. O corte de pessoal deve gerar uma economia de aproximadamente R$ 10 milhões, de acordo com Noronha.
Para a diminuição do número de comissionados, Arthur afirmou que ainda precisa definir quais secretarias serão extintas. De acordo com ele, os cortes de gastos passarão também pela redução de despesas de custeio, como aluguel de carros, combustível e telefonia.
Arthur disse que pretende definir as mudanças na prefeitura ainda nesta semana, para anunciá-las ná próxima, mais precisamente dia 15. Ele afirmou que ontem estava finalizando a metade das mudanças e que trabalharia para definir a outra metade.
Secretários
O prefeito não quis confirmar nomes de possíveis novos secretários, falou apenas sobre a possibilidade de transferir o secretário da Manauscult, Bernado Monteiro de Paula, para a Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminf) e sobre a permanência da primeira-dama, Goreth Gárcia, na Secretaria Municipal de Assistência Social e Direitos Humanos (Semasdh).
“O Bernardo por ser um secretário bom como ele é, pode dar certo em qualquer secretaria, né? Mas como está bom onde está, ele pode permanecer. Quanto à primeira-dama, ela poderá ficar na Semasdh, talvez não ou talvez sim, tenho novas ideias para ela”, disse.
Arthur se disse insatisfeito com o trabalho da Seminf e que tentou se autonomear secretário da pasta, mas foi informado pela Procuradoria Geral do Município de que não poderia assumir o cargo.
“Eu ia assumir a Seminf, perguntei ao procurador-geral e não posso, mas vou ser secretário informal. Darei uma atenção especial a ela, podendo aparecer a qualquer hora do dia ou da noite na Seminf”, afirmou.
O prefeito afirmou que materiais de obras estão sumindo na Seminf e que não tolerará mais essas coisas. “Não quero mais saber que sumiu diesel, areia, barro, vou botar ordem na Seminf”, disse Arthur.
Além disso, disse que pretende diminuir o número de carros das secretarias, tomando a Seminf por exemplo, que possui 20 carros. Arthur afirma que irá monitorar a utilização dos veículos, caso não tenham serventia irá quebrar o contrato de aluguel destes veículos.
Arthur também agradeceu ao governo federal pela liberação de R$ 17,5 milhões para Manaus, em recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) das Cidades Históricas.
O dinheiro é destinado à reforma e reconstrução de dez pontos históricos do Centro da capital. “Mesmo depois de muita reclamação, agradeço ao governo federal por estar liberando os recursos do PAC das Cidades Históricas”, disse.
Arthur passou o último ano queixando-se do não repasse de recursos do governo federal para Manaus.
Os R$ 17,5 milhões são apenas a metade dos recursos. O total previsto para obras do PAC das Cidades Históricas, em Manaus, é de R$ 35 milhões. Para a liberação dos recursos, Arthur aguarda a autorização para assinar contrato com a Caixa Econômica.
Após a assinatura do contrato, será aberto um prazo de dois meses para o processo de licitação. O prefeito espera começar as obras no mês de abril. “Não aguento mais ver aqueles tapumes na praça da Matriz”, disse.