Sem receber, servidores da saúde entram em greve geral

Durante a campanha eleitoral,  o hoje governador eleito senador Rodrigo Rollemberg (PSB) dizia que o Distrito Federal estava sofrendo uma espécie de “apagão de gestão” e se comentava na época que o governo de Agnelo Queiroz (PT) estava com um déficit em torno de R$ 2 bilhões, o que o GDF nega até hoje.  O atraso dos salários dos servidores decorreu na demora do repasse da União. Isto porque se o GDF usa os recursos próprio  teria problemas, pois quando recebesse o repasse não poderia usar o dinheiro para pagar outras despesas.

 Em meio as tensões, os servidores da saúde do Distrito Federal decidiram, por unanimidade, entrar em greve geral nesta terça-feira (9/12). A decisão – 104 categorias da área-, que abrange técnicos, auxiliares, assistentes e especialistas da saúde pública, ocorreu após uma assembleia realizada no Hospital de Base (HBDF). Os trabalhadores estão sem o pagamento do mês de novembro, do 13º salário e das horas extras. Com a medida, os atendimentos em todas as unidades de saúde, incluindo emergências e ambulatórios, ficam praticamente parados. O Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de Brasília (SindSaúde) afirma, no entanto, que a categoria vai respeitar o limite de 30% do efetivo funcionando.

Após a reunião, pelo menos 150 funcionários do Hospital de Base chegaram a bloquear o Eixinho Sul, por volta de 11h20. Com cartazes nas mãos, eles impediram a passagem dos carros. A mobilização seguiu para a frente do Palácio do Buriti, onde os servidores da saúde e da educação se concentraram. A Polícia Militar foi acionada e um grande congestionamento se formou em praticamente toda a área central de Brasília. Mais cedo, cerca de 70 profissionais da saúde do Hospital Regional da Asa Norte (HRan) se reuniram com faixas e cartazes em frente à unidade para cobrar soluções. O ato, que ocorreu entre 8h e 9h, reuniu médicos, enfermeiros e administradores.

Em nota divulgada nesta manhã, a Secretaria de Saúde informou que, de acordo com a portaria que define o calendário para os servidores público com recursos do Tesouro do DF e do Fundo Constitucional, o pagamento deveria ter sido creditado nessa segunda-feira (8/12), sendo apenas um dia de atraso. Ressaltou também que, nos últimos 30 dias, vem quitando todas as dívidas com os fornecedores de empresas contratadas. “Até o momento, mais de 80 milhões foram pagos seguindo as determinações previstas em lei. É necessário que todos os processos sejam analisados antes de se emitir nota de empenho e, assim, realizar os pagamentos. A partir disso se dão os trâmites legais dos serviços bancários. Cada nota pode levar até três dias para liberação de pagamento”, diz o texto.

O GDF, por sua vez, havia informado por meio da Secretaria de Estado Administração Pública, em nota na noite de ontem, que o crédito dos salários será realizado até o final do dia de hoje. Segundo o texto, uma ação conjunta do GDF com o Governo Federal foi realizada para superar questões operacionais para a transferência de recursos da União. Segundo a pasta, até as próximas semanas todos os fornecedores serão pagos.

Pontos cortados

A presidente da Comissão de Saúde da Câmara Legislativa, deputada Liliane Roriz (PRTB), alertou nesta terça-feira (9) aos servidores que aderiram à greve da saúde sobre os riscos do governo do DF cortar pontos. A parlamentar explica que para a greve ter respaldo legal, um edital deve ter sido publicado em veículo de grande circulação pelo sindicato que representa as categorias pelo menos cinco dias antes da assembleia.

“Cabe ao servidor cobrar do seu sindicato se houve esse trâmite burocrático para que não corra o risco de ser ainda mais prejudicado com esse caos que se encontra o DF”, afirmou a distrital. “A greve é legítima e deve ser respeitada, mas a lei exige cumprimento de etapas burocráticas”, emendou,

Liliane chegou a colocar a Comissão de Saúde da Câmara Legislativa do DF à disposição do governo para intermediar a negociação com as categorias afetadas, no entanto ela lamenta que o GDF não atendeu o pedido. “Estamos acompanhando desde a semana passada e alertando sobre o risco de greve, mas fomos ignorados mais uma vez pela comissão do governo”, disse. Com informações do Correio Braziliense.

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