DFTrans repassa R$ 3 milhões à Pioneira; rodoviários mantêm greve

Natalia Godoy Do G1 DF

O DFTrans informou que repassou nesta segunda-feira (10) R$ 3 milhões à Viação Pioneira, cujos rodoviários estão em greve há cinco dias por falta de salário e tíquete-alimentação. O diretor do órgão, Jair Tedeschi, informou no início da paralisação que o governo tinha uma dívida de R$ 15 milhões com a empresa e que o orçamento do ano já estava exaurido. A autarquia estuda como pagar os outros R$ 12 milhões, referentes aos sete meses em que o Expresso DF operou gratuitamente.

De acordo com a Pioneira, o dinheiro ainda não caiu na conta da empresa. A viação informou no início da greve que não tinha recebido o repasse do GDF e que por isso não havia pagado os funcionários. Com o ato, 200 mil usuários de nove regiões administrativas ficaram sem o serviço. Além disso, são 1,5 mil funcionários parados e 640 ônibus a menos no Gama, Santa Maria, São Sebastião, Itapoã, Paranoá, Lago Sul, Jardim Botânico, Candangolância e Park Way.

O Sindicato dos Rodoviários informou que os valores deveriam ter sido depositados até quarta-feira passada. O motorista Daniel Marques disse que fez empréstimo para pagar as contas do mês. Ele trabalha há um ano na empresa Pioneira e é a única fonte de renda da casa é dele.

“A gente vai se virando e pegando dinheiro emprestado com agiota. Esse mês peguei R$ 1 mil e ainda vou ter que pagar juros de R$ 100 quando chegar o pagamento”, disse ao G1.

Segundo a categoria, o salário de um motorista gira em torno dos R$ 1,9 mil e o tíquete-alimentação, somando ao valor da cesta básica, fica em torno de R$ 600 por mês.O cobrador de ônibus César Fagner, que ganha pouco mais de R$ 1 mil, conta que quem salvou as contas de outubro foi a esposa dele.

“Estamos no sufoco. Graças a Deus que minha mulher trabalha, se não fosse isso, estava enrolado”, afirmou.

Entendo os passageiros. Eu moro no Gama e também fica difícil pra mim, que preciso do transporte público. Mas a gente também precisa do nosso salário. Ninguém trabalha de graça, nem relógio”
José Antonio Nunes, motorista de ônibus

Já José Antonio Nunes trabalha há mais de 20 anos como motorista de ônibus e pede uma solução rápida por parte do governo e da empresa Pioneira. “Entendo os passageiros. Eu moro no Gama e também fica difícil pra mim, que preciso do transporte público. Mas a gente também precisa do nosso salário. Ninguém trabalha de graça, nem relógio”, completou.

O DFTrans informou nesta segunda que o governo ainda estuda medidas para fazer os pagamentos em atraso. O órgão acredita que ainda nesta semana deve encontrar uma solução para que o repasse do dinheiro seja feito à empresa.

Em um suplemento do Diário Oficial de sexta, o GDF remanejou R$ 8,9 milhões de outras áreas para quitar dívidas do DFTrans. Uma parte veio da Secretaria de Transferência de Renda, verba até então destinado à manutenção de prédios e serviços administrativos da pasta. O restante do dinheiro saiu de administrações regionais, pequenas obras de urbanização e custeio em geral.

Já a Pioneira informou que, neste momento, a única forma de pagar os rodoviários é recebendo do GDF e que todas as alternativas possíveis já foram adotadas. A assessoria disse que o governo deve há três meses à Pioneira, mas não quis confirmar o valor.

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