Poroshenko diz que forças russas entraram na Ucrânia

Da Reuters 

O presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, disse nesta quinta-feira (28) que forças russas foram “trazidas para a Ucrânia”, e convocou uma reunião urgente do conselho de segurança e defesa do país para decidir os próximos passos que serão tomados na crise.

“Tomei a decisão de cancelar uma viagem à Turquia devido à rápida deterioração da situação na região de Donetsk, em particular em Amvrosiyivka e Starobesheve, onde uma invasão das forças russas ocorreu”, disse um comunicado publicado no site presidencial.

O ministério russo da Defesa desmentiu nesta as acusações de que teria enviado tropas para combater ao lado dos separatistas pró-russos no leste da Ucrânia.

O porta-voz do ministério, Igor Konashenkov, declarou às agências de notícias russas que “tal informação não tem relação com a realidade” e que as unidades militares que, segundo os Estados Unidos cruzaram a fronteira, estão realizando “exercícios táticos fora desta zona”.

Após o relato da invação, o o embaixador ucraniano na União Europeia, Konstiantyn Eliseyev, pediu uma “ajuda militar de envergadura” ante a “invasão russa não dissimulada”.

“Pedimos uma sessão extraordinária do Conselho Europeu em 30 de agosto sobre a Ucrânia. Basta de conivência e de apaziguamento do agressor. A solidariedade deve materializar-se com sanções significativas e com uma ajuda militar e técnica de envergadura”, afirmou Eliseyev, segundo a página no Facebook da embaixada ucraniana na UE. “Desde ontem, a Rússia começou uma não dissimulada invasão militar”, afirmou.

A Otan acredita que bem mais de mil militares russos estão operando dentro da Ucrânia.

“Nós estimamos que bem mais de 1.000 militares russos estão operando agora dentro da Ucrânia”, disse um oficial no quartel-general militar da Otan, no sul da Bélgica. “Eles estão apoiando separatistas, lutando com eles.”

Coluna
Um repórter da Reuters viu nesta na quinta uma coluna de veículos blindados e soldados perto de uma aldeia russa a cerca de 3 quilômetros da fronteira com a Ucrânia.

A coluna, que não tinha marcas de identificação militar, estava seguindo na direção leste, para longe da fronteira.

O repórter da Reuters disse que a coluna era composta de dois veículos blindados, seis caminhões militares e uma escavadeira militar. Os soldados sentados em cima dos veículos blindados tinham os rostos sujos, e um estava com um curativo no rosto.

Um dos caminhões tinha um pára-brisas e faróis esmagados e estava sendo rebocado por um segundo veículo. Um helicóptero Mi-8 militar com a estrela vermelha, insígnia militar russa, e tripulado com homens em uniforme de camuflagem, sem sinais de identificação, pousou em um acampamento nas proximidades.

Segundo o conselho de segurança e defesa do país, a cidade de fronteia Novoazovsk e outras partes do sudeste ucraniano estão sob controle das forças russas, que junto com os rebeldes realizam uma contra ofensiva à ação do Exército da Ucrânia.

Segundo o conselho, as forças ucranianas deixaram Novoazovsk para “salvar suas vidas”, e agora estão reforçando as tropas na cidade de Mariupol.

O órgão acrescentou que as forças russas e os rebeldes estão combinando esforços para contra-atacar nas cidades de Ilovaysk e Shakhtarsk.

A Ucrânia alega que os soldados russos estão lutando contra o seu Exército em território ucraniano do outro lado da fronteira, algo que a Rússia nega.

Negações
O embaixador russo na Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) negou nesta quintaa presença de tropas russas no leste da Ucrânia, depois que seu colega ucraniano acusou Moscou de “invasão direta”.

“Não há mais que uma unidade de uma dezena de soldados russos que atravessaram a fronteira de forma não intencional há dois dias”, disse Andrei Kelin, em referência aos militares que Kiev afirma ter detido na terça-feira.

O embaixador da Ucrânia na OSCE acusou a Rússia de invasão direta das tropas russas no leste do país.

“A situação se deteriorou de forma significativa, estamos cientes de uma invasão direta das forças militares russas nas regiões do leste da Ucrânia”, disse Ihor Prokopchuk após uma reunião da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa.

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