Pesquisa aponta déficit de desenvolvimento social na Amazônia

Do G1 PA

Pesquisadores do Instituto Imazon divulgaram relatório inédito com base em dados do IBGE para traçar perfil da Amazônia Legal, que engloba toda região norte e os estados do Maranhão e Mato Grosso. Segundo o instituto, a média do progresso social da região é 15% menor que a do resto do país.

A pesquisa envolve 772 municípios com aproximadamente 24 milhões de habitantes e, de acordo com o instituto, traça um perfil mais próximo da realidade da região. Cada município recebeu uma pontuação que varia de zero a 100 em 43 indicadores nas áreas de saúde, educação, segurança, meio ambiente e direitos individuais. Os resultados foram usados para definir o Índice de Progresso Social (IPS) da região. De acordo com o Imazon, a média do IPS da Amazônia foi de 57,31, enquanto a médica nacional, divulgada em abril de 2014, chega a 67,37.

O relatório aponta que os problemas mais graves são a oferta de água e sanemanto, acesso à educação superior e direitos individuais, incluindo a violência contra comunidades indígenas e conflitos de terras. O único indicador considerado satisfatório foi o da sustentabilidade dos ecossistemas, já que a maior parte da floresta ainda está preservada.

O Imazon acredita que este índice é um retrato mais próximo da realidade dos municípios, porque é calculado levaldo em conta os desempenhos nas áreas sociais e ambientais, sem levar em conta indicadores econômicos que pudessem causar distorção nos números. “Muitas vezes você tem um município em um território que tem um alto progresso social e uma economia, uma renda per capita baixa, e vice versa. Você tem municípios relativamente ricos, mas que o progresso social é baixo”, disse o analista ambiental Adalberto Veríssimo.

O IPS foi criado em 2013 como uma alternativa a outros estudos, que priorizam o crescimento econômico. No ranking de 132 países, o Brasil está na 46ª posição. Se a Amazônia fosse um país, ocuparia o 93º lugar no ranking. “Isso significa que estamos muito longe de um progresso social compatível com a importância ambiental que a Amazônia tem para o Brasil e para o mundo”, avalia Veríssimo.

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