Impasse no PPS-DF gera bate-boca em reunião da Executiva Nacional

Do G1 

Membros do PPS no Distrito Federal protagonizaram um bate-boca nesta quarta-feira (20) durante reunião da Executiva Nacional do partido, a respeito de decisão judicial que negou o registro de todos os candidatos a deputado distrital da legenda. Imagens feitas pelo G1 mostram uma discussão entre Luciano Lima, candidato do PPS à Câmara Legislativa, e Adão Cândido, membro da Executiva Nacional do partido e candidato a vice-governador do DF na chapa de Luiz Pitiman (PSDB).

A rejeição das candidaturas foi definida no último dia 13 e confirmada, por unanimidade, pelo Tribunal Regional Eleitoral do DF na segunda-feira (18). Segundo a decisão, o partido não respeitou a cota mínima de 30% de mulheres candidatas na chapa, prevista por lei. Das 48 candidaturas apresentadas, 15 deveriam ser de mulheres. O partido apresentou 14.

“Alguém que está sabendo vai pagar por isso. Meu pai passou mal ontem. Se algo acontecesse com ele, eu viria aqui desfigurar um”, disse Lima, durante a discussão. Em entrevista ao G1, o candidato disse que a ameaça foi “só um desabafo”. “O partido falhou. Teve 72 horas para corrigir o dano e não fez nada. Fomos chamados de amadores”, afirmou.

Ainda segundo Lima, o clima de animosidade tomou conta do diretório regional e, por pouco, não houve agressão física. “Cheguei a impedir que um colega agredisse o Adão Cândido de fato. Os membros da Executiva estavam com medo de sair da sala. Me excedi em um momento, mas acabei mediando a discussão”, disse.

O candidato do PPS a vice-governador, Adão Cândido, classificou o episódio como “uma mistura de vários problemas e um pouco de oportunismo”. Ele afirmou que a equipe do PPS vai ser mantida para não atrapalhar o prosseguimento dos recursos judiciais. “As responsabilidades serão avaliadas em seguida.”

Correligionários sugeriram a renúncia de Adão Cândido e de Chico Andrade, presidente da direção provisória do PPS no DF. Ambos rejeitam essa possibilidade. “Estamos preparando um recurso ao TSE, e é isso. A falta de uma fração não pode prejudicar 48 candidaturas”, afirma Andrade. Ele explica que o PPS chegou a retirar candidaturas, definidas por sorteio, para que as 14 candidatas fossem suficientes. No entanto, a Justiça Eleitoral exigiu cartas de renúncia para todas as candidaturas retiradas. Os documentos não foram entregues a tempo.

Partido em crise
O presidente nacional do PPS, Roberto Freire, afirma que o diretório do DF cometeu um “erro inconcebível, indesculpável”. No entanto, diz considerar exagerada a decisão de rejeitar todas as candidaturas dos distritais. “Vai contra o objetivo da lei. Não tínhamos mulheres suficientes disputando, e a decisão do juiz é que não vai ter mulher nenhuma na disputa. Podia ter outra punição, mas não essa”, diz.

Segundo Freire, a ausência do PPS na disputa à Câmara Legislativa pode inviabilizar o partido na capital. “Quem não concorre em uma eleição passa a não existir. Isso será levado em consideração no recurso que o partido vai apresentar”, adiantou.

Diretor interino da legenda no DF, Chico Andrade atribui os problemas na chapa à intervenção recente deflagrada no partido. Em junho, a deputada distrital Eliana Pedrosa (PPS) foi anunciada na convenção regional da sigla como candidata ao governo do Distrito Federal.

Dois dias depois, no entanto, Eliana mudou de ideia e se lançou como vice na chapa de José Roberto Arruda (PR). A direção nacional nomeou uma comissão interventora e vetou a dobradinha. Com a mudança, o PPS passou a apoiar a candidatura de Luiz Pitiman (PSDB), e Jofran Frejat (PR) assumiu a vice-liderança da chapa de Arruda. A comissão nomeada assumiu a missão de fechar coligações e enviar as listas de candidatos (nominatas) ao Tribunal Regional Eleitoral.

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