Briga por três minutos na tevê

Correio Braziliense

Depois de oficializar a aliança para as eleições proporcionais, o Solidariedade e o PSD querem agora unir o PSB e o PSDB na corrida ao Palácio do Buriti. Inspirados pelo arranjo realizado em São Paulo, onde os socialistas vão apoiar os tucanos, os dois partidos fizeram, ontem, a proposta de criação de um grupo unificado. Mas a ideia dificilmente vai prosperar, pois nem o candidato do PSDB ao governo, Luiz Pitiman, nem o postulante do PSB, Rodrigo Rollemberg, cogitam abrir mão de disputar o cargo de governador. Diante do impasse, o PSD e o Solidariedade terão que se posicionar quanto à disputa majoritária.

Na última sexta-feira, o presidente regional do PSD, Rogério Rosso, e do Solidariedade, Augusto Carvalho, anunciaram a criação de uma aliança para a eleição proporcional de deputado federal. O objetivo do grupo é também o de negociar a adesão a uma das chapas concorrentes ao governo. A decisão sacudiu o cenário eleitoral de Brasília já que, juntas, as duas legendas têm quase três minutos de televisão, tempo praticamente igual ao do PT, que lidera o ranking de partidos com mais espaço na propaganda eleitoral gratuita.

Na manhã de ontem, a dupla se reuniu com Pitiman e, à tarde, com Rollemberg e Reguffe (PDT).
Rosso e Augusto expuseram argumentos em defesa de uma união dos quatro partidos na corrida ao Buriti. “O debate no Distrito Federal tem que ser de alto nível e com base em projetos. Debatemos programas antes de qualquer entendimento eleitoral, para que prevaleça o interesse da população”, afirmou Rogério Rosso. “Em outras unidades da Federação, como São Paulo, houve um entendimento amplo, envolvendo PSB e PSDB. Nada é impossível”, acrescentou o líder do PSD no Distrito Federal.

Otimismo

O presidente regional do Solidariedade, Augusto Carvalho, afirmou que está otimista quanto a uma convergência de todas as forças. “Queremos que haja uma união dessas forças, em nome de um projeto com chance de vitória, para que possamos discutir juntos um projeto para Brasília”, afirma Augusto. “O que ocorreu em São Paulo nos animou muito”, acrescenta. Por unanimidade, o diretório do PSB de São Paulo aprovou na última sexta-feira uma aliança com o PSDB. Os socialistas devem apoiar a reeleição do tucano Geraldo Alckmin. A decisão surpreendeu, já que os dois partidos têm candidatos à Presidência: Eduardo Campos (PSB) e Aécio Neves (PSDB).

O tucano Luiz Pitiman, que recebeu Rosso e Augusto para uma conversa pela manhã, disse que não é contra o arranjo — desde que ele não tenha que abrir mão de sua candidatura. “Todas as vezes eu que conversei com o Rodrigo, sempre ouvi preocupações legítimas com a cidade e isso me deixa muito feliz. Gostaria muito que ele e o Reguffe estivessem conosco”, afirma Pitiman. “O PSD e o Solidariedade conseguiram fechar um acordo que terá grande influência nas majoritárias. Só isso já foi um golaço. Agora, vamos tentar unir todas as forças”, diz o deputado federal.

O senador Rodrigo Rollemberg explica que não abriria mão de disputar o governo. “É legítimo que os partidos coloquem seus posicionamentos, mas nós estamos consolidando nossa candidatura há um ano e meio, quando começamos a elaborar o plano de governo. Temos candidato forte ao Senado. Até aqui, não vejo essa possibilidade”, diz o senador, que continua otimista em receber o apoio do PSD e do Solidariedade.

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