Yuri Marcel Do G1 AC

Por causa da cheia histórica do Rio Madeira, em Rondônia, que provocou a interrupção da BR-364, que ficou fechada mais de 60 dias, e prejudicou o transporte de cargas para o Acre, o estado deixou de adicionar R$ 600 milhões de reais ao Produto Interno Bruto (PIB), em comparação com o mesmo período no ano anterior. A informação foi divulgada pela chefe da Casa Civil Márcia Regina, nesta quarta-feira (16).
“Como nós tivemos teve a interrupção na rodovia é como se tivéssemos deixado de agregar ao PIB do estado R$ 600 milhões se fosse comparar com o mesmo período do ano passado. Isso por fontes não só da Secretaria da Fazenda, mas da Federação do Comércio [Fecomércio] e Associção Comercial do Acre [Acisa]”, explica.
De acordo com Márcia, embora o prejuízo real esteja em aproximadamente R$270 milhões, o impacto é ainda maior quando valores deixam de ser agregados à economia do estado. “Deixar de agregar valor significa dinheiro que deixou de circular. Podemos recuperar a frente, mas nesse período se comparar tivemos uma redução”, explica.
Ela diz ainda que os setores mais prejudicados foram o de serviços e o da construção civil. Para tentar amenizar os prejuízos, instituições como o Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES), o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal liberaram créditos especiais para o empresariado. “Isso é importante porque é um apoio ao empresariado local”, comenta.
Calamidade pública
O governador Tião Viana (PT-AC) decretou situação de calamidade pública no Acre, no último dia 7 de abril. O estado já estava em situação de emergência desde o dia 26 de fevereiro.
Entenda o caso
Por conta da cheia histórica do Rio Madeira, em Rondônia, o estado do Acre sofreu ao longo do mês de março, com a escassez de alguns produtos, como gêneros alimentícios, gás e combustíveis.
Aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) e fretados estão trazendo mantimentos para o estado e garantindo o abastecimento de produtos de primeira necessidade, além de medicamentos e itens hospitalares. Até segunda-feira (7) foram feitos 173 voos.
Além do setor de produtos alimentícios, o automotivo também está sofrendo com o fechamento da BR-364. Outro setor que ficou comprometido foi o de franquias. Algumas estão sem receber produtos há mais de 60 dias e estão com os lucros comprometidos.