Islamitas sequestram mais de cem alunas em escola na Nigéria

Do R7, com EFE e AFP

Um comando de islamitas fortemente armados sequestrou mais de cem jovens alunas de um estabelecimento de ensino secundário no nordeste da Nigéria, informou nesta terça-feira (15) uma autoridade local.  “Inúmeras jovens foram sequestradas por homens armados que atacaram a escola a bordo de um comboio de veículos”, declarou Emmanuel Sam, da secretaria de Educação da cidade de Chibok, no estado de Borno, onde ocorreu o ataque na noite de segunda-feira (14).

Outro residente que pediu para permanecer anônimo afirmou que os homens armados chegaram em caminhões e motocicletas, mas não sabe dizer quantas alunas foram sequestradas.

Questionado sobre uma informação publicada pela imprensa local, segundo a qual 200 meninas teriam sido sequestradas na segunda-feira por islamitas em um colégio de Chibok, esta fonte, que pediu anonimato, responder “que o número não é de 200, mas de mais de 100”.

A polícia chegou a seguir um caminhão que levou as meninas e recuperou o veículo “fora de serviço no mato, mas vazio”, segundo uma fonte de segurança.

“Estamos agora tentando localizar as meninas raptadas”, acrescentou.

O grupo armado islamita Boko Haram, cujo nome significa “a educação ocidental é pecado”, já atacaram escolas no nordeste do país em várias oportunidades.

Violência entre comunidades matou mais de mil desde dezembro na Nigéria

A escalada de violência entre comunidades de pastores e granjeiros que disputam recursos naturais no centro da Nigéria já deixou mais de mil pessoas mortas desde dezembro do ano passado, alertou nesta terça-feira a organização HRW (Human Rights Watch).

A violência entre comunidades, gerada na maior parte das vezes pela briga por recursos entre grupos de pastores nômades e granjeiros, ameaça se estender para outras regiões do norte da Nigéria, onde até agora não eram comum, informou a organização defensora dos direitos humanos em um comunicado.

A tensão poderia chegar ao norte, onde são frequentes os ataques da seita islâmica Boko Haram, que as autoridades nigerianas vincularam ao atentado de ontem em Abuja, onde pelo menos 71 pessoas morreram em explosões em uma das principais estações de ônibus da capital.

“A falta de justiça durante anos de violência procedente das tensões entre comunidades criou uma situação explosiva”, alertou o diretor da HRW na África, Daniel Bekele.

O governo nigeriano, segundo Bekele, “deve realizar investigações criminais e levar justiça para as vítimas e suas famílias”. Os conflitos entre comunidades de granjeiros e pastores ocasionaram muitas mortes e provocaram deslocamentos nos Estados centrais de Benua, Plateau, Nasarawa e Taraba, e no norte, em Zamfara e Katsina.

As principais causas deste tipo de violência são as disputas pelo sustento e a identidade, sem que os governos locais tenham sido capazes de proteger os cidadãos nem usar a força para restabelecer a paz. Em resposta à crescente violência, o exército nigeriano anunciou uma operação para restabelecer a paz em Benue, Nasarawa e Plateau.

No entanto, em 3 de abril os militares invadiram a cidade de Keana, no estado de Nasarawa, e mataram 30 pastores fulani, denunciou HRW. “As forças de segurança não deveriam estar criando maior insegurança nesta área volátil”, disse Bekele.

A luta pela apropriação dos recursos naturais entre pastores muçulmanos e granjeiros cristãos é uma das principais causas da violência na Nigéria, onde essas comunidades competem pelo pasto e a água. Com 170 milhões de habitantes integrados em mais de 200 grupos tribais, a Nigéria, o país mais povoado da África, sofre múltiplas tensões por suas profundas diferenças políticas, socioeconômicas, religiosas e territoriais.

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