Por William Neuman- The New York Times News
Segundo anúncio do governo venezuelano, o presidente Hugo Chávez morreu na tarde de terça-feira, após uma longa batalha contra o câncer, deixando atrás de si uma nação dividida e à beira de uma crise política que se tornou ainda mais grave após semanas de silêncio, ausência e sofrimento em hospitais de Havana e Caracas.
Com a voz rouca e os olhos cheios de lágrimas, o vice-presidente Nicolas Maduro afirmou que ele e outras autoridades haviam ido ao hospital militar onde Chávez estava sendo tratado longe dos olhos do público, quando receberam “a informação mais trágica que poderíamos transmitir a nosso povo”.
A partida de Chávez do país que comandou por 14 anos lança dúvidas sobre o futuro da revolução socialista que iniciou. Ela altera o equilíbrio político da Venezuela, o quarto maior fornecedor de petróleo dos Estados Unidos, e da América Latina, onde Chávez liderava um grupo de países que buscava diminuir a influência dos Estados Unidos na região.
Chávez mudou a Venezuela de forma profunda, dando mais voz e poder a milhões de pessoas pobres, que se sentiam marginalizadas e excluídas.
Porém, o governo de Chávez também ampliou as divisões sociais. Sua morte certamente trará mais mudanças e muitas incertezas, à medida que o país tenta encontrar uma maneira de se tornar independente de sua figura centralizadora.
Com a morte do presidente, a constituição afirma que “devem ser realizadas novas eleições” em 30 dias, e que o vice-presidente deve assumir o poder enquanto isso. A eleição provavelmente será disputada entre Maduro, designado por Chávez como seu sucessor político, e Henrique Capriles Radonski, um jovem governador que concorreu contra Chávez nas eleições de outubro.