Thiago Burigato, Jornal Opção
Por suposto envolvimento nos atos investigados pela Operação Monte Carlo, 28 policiais militares foram denunciados nesta quinta-feira (3/4) na Auditoria Militar do Poder Judiciário. Entre os denunciados pelo Ministério Público de Goiás (MPGO), estão o ex-comandante-geral da PM, Carlos Antônio Elias, e o ex-comandante do Policiamento da Capital, Massatoshi Sérgio Katayama.
Entre os crimes pelos quais respondem estão corrupção ativa, corrupção passiva e violação de sigilo funcional. A denúncia do MPGO é fruto da análise das provas coletadas durante as investigações desenvolvidas pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal em Goiás nos anos de 2010 a 2012.
A Operação Monte Carlo desbaratou uma grande organização criminosa voltada para a exploração de uma extensa rede de jogos ilegais em Goiás. O foco de atuação do grupo era o Entorno do Distrito Federal. O empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, é apontado como o líder da quadrilha, que dedicava-se também à lavagem de dinheiro, violação de sigilo funcional, corrupção de agentes públicos, contrabando, entre outros.
Para a manutenção da organização, diversos agentes públicos foram recrutados, especialmente integrantes das polícias Civil, Militar e Federal. Tais agentes, que deveriam reprimir as ações do grupo, passaram a agir como seus integrantes, fornecendo proteção às atividades. Nesta ação, apenas os PMs foram denunciados, já que são militares e só podem ser julgados pela Justiça Militar. Os demais policiais investigados estão sendo processados na Justiça Federal.
De acordo com as denúncias, os policiais não só forneciam proteção à quadrilha como ainda reprimiam os concorrentes que exploravam a jogatina ilegal e aqueles que descumpriam acordos firmados com a organização. Eles forneciam informações privilegiadas sobre atividades da segurança pública que pudesse prejudicar o grupo e auxiliavam na restituição de materiais apreendidos.
Em troca, os agentes públicos recebiam vantagens indevidas que chamavam, de forma jocosa, de “assistência social”. Outros nomes utilizados para se referir ao pagamento recebido eram “bicos”, “panetone” e “peru de Natal”. Para o Ministério Público, há provas suficientes para comprovar o pagamento sistemático e a concessão de benesses aos policiais que agiam em favor da quadrilha.
Os policiais militares denunciados são: Francisco Miguel de Souza; Antônio Carlos da Silva; Uziel Nunes dos Reis; Deovandir Frazão de Morais; Josemar Café de Matos; Antônio Luiz Cruvinel; Massatoshi Sérgio Katayama; Antonil Ferreira dos Santos; João de Deus Teixeira Barbosa; Vanildo Coelho; Edmar Francisco Dourado; Jorge Flores Cabral; Valdemir Rodrigues de Araújo; Adão Alves Pereira; Marco Aurélio Barbosa da Costa; André Pessanha de Aguiar; Carlos Antônio Elias; Leonam Pereira Ribeiro dos Santos; Overlaques Bezerra de Barros; Leonardo Jefferson Rocha Lima; Teodorico Mendes de Souza Filho; Witer Dantas da Costa; Milton Ferreira Biliu; Luiz Cláudio de Souza; Júlio César Guimarães Santos; Luis Fabiano Rodrigues da Silva; Emerson Rodrigues dos Santos; e Edmilson Vilas Boas De Souza.