Juiz que ironizou CNJ na web pede exoneração

Raquel Morais Do G1

O juiz federal afastado Marcelo Cesca, que ironizou em uma rede social a demora do Conselho Nacional de Justiça para analisar a volta dele ao trabalho, entrou com pedido de exoneração do cargo nesta segunda-feira (17). O Tribunal Regional Federal da 1ª Região confirmou a solicitação, mas disse não ter prazo para fazer a avaliação.

Post do juiz federal Marcelo Antônio Cesca em rede social em que 'protesta' contra demora do CNJ em aprovar retorno dele ao trabalho (Foto: Reprodução)Post do juiz federal Marcelo Antônio Cesca em rede social em que ‘protestava’ contra demora do CNJ em aprovar retorno dele ao trabalho (Foto: Reprodução)

Ao G1, o juiz disse se sentir “em paz” com a decisão. “Amo julgar e amo a Justiça, mas o ciclo acabou”, disse. “Estamos na Quaresma, Jesus foi morto aos 33 anos. Eu matei o juiz Marcelo. Renasce o Marcelo livre.”

Cesca está afastado do cargo desde novembro de 2011, devido a um surto psicótico. No mês passado, o juiz postou em uma rede social imagens dele na praia ironizando a demorar do CNJ em analisar a volta dele ao trabalho enquanto ele continuava a receber integralmente o salário de R$ 22 mil.

“Eu agradeço ao Conselho Nacional de Justiça por estar há 2 anos e 3 meses recebendo salário integral sem trabalhar, por ter 106 dias de férias mais 60 dias pra tirar a partir de 23/03/14, e por comemorar e bebemorar tudo isso numa quinta-feira à tarde ao lado de minha amada gata de 19 anos! Longa vida ao CNJ e à Loman [Lei Orgânica da Magistratura Nacional]!”, escreveu na legenda de uma delas.

Estamos na Quaresma, Jesus foi morto aos 33 anos. Eu matei o juiz Marcelo. Renasce o Marcelo livre”
Juiz federal Marcelo Cesca, que pediu exoneração do cargo

Cesca disse que o problema de saúde dele teve início após um médico dobrar a dose de antidepressivo que ele tomava na época para tratamento de um estresse pós-traumático. O CNJ então abriu um processo administrativo para avaliar se ele tinha capacidade de voltar a atuar, disse. Ele afirma que passou por três psiquiatras e que, em maio de 2013, foi considerado apto a retomar suas atividades.

Em fevereiro, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região1 (TRF 1) informou estar “empenhado na rápida solução do processo”. O tribunal se posicionou após ser oficiado pelo Conselho Nacional de Justiça, depois que o caso ganhou repercussão nacional.

No dia 27 de fevereiro passado, ele se internou em uma clínica de Brasília. Ele deixou o local na última sexta. O juiz disse ao G1 que estuda a possibilidade de entrar na política, mas que, se seus planos não derem certo, seguirá na iniciativa privada. “Ou farei novos concursos. Sei como passar”, afirmou à reportagem.

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