Libertação marca marca a primeira fase do acordo entre Israel e Hamas
O grupo Hamas libertou, na manhã desta segunda-feira (madrugada no horário de Brasília), 20 reféns israelenses capturados durante o ataque de 7 de outubro de 2023. Os sobreviventes foram entregues à Cruz Vermelha, que intermediou a devolução ao Exército de Israel, conforme os termos do acordo de cessar-fogo firmado entre as partes no Egito, com mediação do Catar e dos Estados Unidos. A libertação ocorreu sem cerimônia pública.
O primeiro grupo, com sete reféns, inclui Eitan Mor, os irmãos gêmeos Gali e Ziv Berman, Matan Angrest, Guy Guilboa-Dalal, Alon Ohel e Omri Meiran. Outros 13 devem ser entregues ainda nesta segunda-feira. Segundo fontes israelenses, a próxima liberação está prevista para as 8h (4h em Brasília).
Os libertados serão levados à base militar de Re’im, no sul de Israel, para exames médicos e reencontro com familiares. Três hospitais na região de Tel Aviv estão preparados para recebê-los. A Cruz Vermelha informou que todos estão em condições “razoáveis” após quase dois anos de cativeiro, período em que teriam permanecido em túneis subterrâneos.
O embaixador dos Estados Unidos em Israel, Mike Huckabee, comentou o momento em publicação nas redes sociais: “É surreal estar aqui enquanto o primeiro grupo de reféns é libertado. É um momento como o pouso na Lua, em que o tempo congela enquanto assistimos a esse momento histórico”.
A entrega dos reféns marca a primeira fase do acordo entre Israel e Hamas, que prevê a libertação de 250 prisioneiros palestinos condenados à prisão perpétua e de outros 1.700 detidos durante o conflito. A soltura dos prisioneiros deve ocorrer após o retorno dos reféns israelenses.
Em Tel Aviv, milhares de pessoas se reuniram na Praça dos Reféns, ponto de mobilização de familiares e apoiadores desde 2023. O grupo “Bring Them Home Now” organizou uma vigília durante a madrugada, com transmissão em tempo real das atualizações sobre a libertação.
A devolução dos corpos de reféns mortos deve ocorrer em etapas. O Hamas informou não saber a localização de todos os 28 reféns falecidos. Segundo o dirigente do grupo, Hussam Badran, parte dos corpos será entregue ainda nesta segunda-feira à noite.
O acordo também estabelece a retirada gradual das tropas israelenses para uma linha determinada dentro de Gaza. Na sexta-feira, o Exército israelense confirmou que iniciou o reposicionamento. Além disso, o cessar-fogo prevê aumentar o envio de ajuda humanitária ao enclave, com cerca de 600 caminhões diários levando alimentos, remédios e combustível, sob coordenação da ONU e de organizações internacionais.
O coordenador humanitário das Nações Unidas, Tom Fletcher, afirmou que o plano de ampliação do auxílio está “bem encaminhado”, com prioridade para gestantes, crianças e adolescentes. Segundo a ONU, gás de cozinha, carne, frutas frescas e medicamentos já chegaram ao território.
Apesar do avanço nas negociações, o fim da guerra ainda é motivo de divergência. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou ao embarcar rumo ao Oriente Médio neste domingo que “a guerra terminou” e que o momento “será muito especial”.
Já o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, declarou em pronunciamento que o conflito “ainda não está resolvido”. “Onde quer que tenhamos lutado, vencemos. Mas tenho de dizer a vocês que a campanha não terminou. Ainda temos importantes desafios de segurança à frente”, disse o premier.
Com informações do O Globo
Fonte: Mais Goiás