Empresário tem helicóptero, relógios caros e lucro de R$ 800 milhões
Sidney Oliveira, o dono da Ultrafarma, foi preso na manhã desta terça-feira (12) durante a Operação Ícaro, conduzida pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP), por suspeita de envolvimento em um esquema bilionário de corrupção fiscal. Empresário do setor farmacêutico, Oliveira fundou a Ultrafarma em 2000 e se tornou uma referência no mercado brasileiro de medicamentos genéricos, acumulando um patrimônio de destaque. A prisão ocorreu em sua chácara na região metropolitana de São Paulo, na cidade de Santa Isabel, onde ele reside atualmente.
Quem é Sidney Oliveira
Sidney Oliveira nasceu em 1953, na cidade de Nova Olímpia, no interior do Paraná. Desde jovem, começou a trabalhar em farmácias e aos poucos foi construindo sua trajetória no mercado farmacêutico. Na década de 1980, chegou a administrar uma rede com 12 farmácias no Paraná, mas vendeu tudo para se mudar para São Paulo, onde continuou atuando no setor.
Em 1998, fundou a Drogavida, mas vendeu a empresa após enfrentar dificuldades para competir com grandes redes. Dois anos depois, em 2000, Sidney criou a Ultrafarma, apostando no mercado de medicamentos genéricos e oferecendo preços acessíveis ao consumidor brasileiro. A empresa cresceu rápido e hoje é uma das maiores redes do país, com mais de 400 unidades licenciadas, uma forte presença no comércio eletrônico e faturamento anual que ultrapassa R$ 800 milhões.
Além da Ultrafarma, Sidney Oliveira expandiu seus negócios para cosméticos e suplementos com as marcas RAHDA e Sidney Oliveira, lançando em 2014 a maior linha de vitaminas do Brasil. Empresário conhecido por investir em causas sociais e religiosas, ele apoia projetos da Igreja Católica e mantém forte ligação com ações sociais em todo o país.
Oliveira é conhecido por sua imagem popular, tendo sido apelidado de “Rei das Velhinhas” devido à forte clientela idosa de suas farmácias.
Esquema de corrupção
No entanto, em agosto de 2025, Sidney Oliveira foi preso pela Operação Ícaro, que investiga um esquema de corrupção envolvendo auditores fiscais da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo. Segundo o MP-SP, o esquema teria movimentado mais de R$ 1 bilhão em propinas para facilitar fraudes em créditos tributários de empresas, entre elas a Ultrafarma.
Além de Sidney, foram presos outros dois empresários e um auditor fiscal estadual de alto escalão, apontado como o operador principal do esquema. As investigações apontam que os pagamentos ilegais ocorreram entre 2021 e 2025, e as autoridades seguem cumprindo mandados de busca e apreensão em residências e sedes empresariais.
