Sem água, moradores de bairro do Rio instalam banheiro químico na rua

Jornal Nacional, TV Globo

No Rio, a temperatura chegou nesta sexta-feira (3) aos 40°C. E apesar do forte calor na Região Sudeste, muitas cidades enfrentam o desabastecimento de água.

De balde vazio, Dona Olivia percorre a rua onde mora atrás do que já se tornou uma raridade.

“Então a água é só no balde?”, pergunta a repórter.

“Só no balde. Só no balde”, responde.

Quem tem um pouco, compartilha com quem não tem nada. A água doada pelo vizinho é pra garantir o banho de Dona Albertina, 102 anos, e bom humor para enfrentar o problema.

Os moradores dizem que a água não chega, mas a conta não falha. E não é nada barata. Na casa de Dona Albertina, quase R$ 500.

Ultimamente, a vida depende dos caminhões pipa e de galões de água potável.

Há duas semanas, as torneiras de casas em uma rua do subúrbio do Rio estão secas. Falta água para tudo. Para beber, para tomar banho, para lavar roupa. A situação está tão crítica que os moradores tomaram uma decisão: decidiram instalar um banheiro químico na rua para a vizinhança.

“Estamos pagando aí R$ 250 por semana. Arrecadando aqui dos moradores”, diz Cláudio Márcio Portela, vendedor.

E o jeito é deixar a vergonha de lado.

“É muito constrangedor. Você abriu a porta, tá no meio da rua”, conta uma moradora.

Ano novo começou com torneira seca pra quem em nove bairros do Rio e da Região Metropolitana. Até pra quem mora de frente para o mar.

“O IPTU é muito caro, que é um dos metros quadrados mais caros do Rio de Janeiro e a gente não tem água e nem luz”, destaca Sandra Paes Leme, contadora.

Em Cabo Frio, na Região dos Lagos, a cidade passa de 200 mil para um milhão de habitantes no verão. E não há água pra todo mundo.

Outras cinco cidades da região enfrentam o desabastecimento.

E no litoral de São Paulo, falta água em quatro cidades: Santos, São Vicente, Guarujá e Praia Grande.

No verão de torneiras secas, um simples banho se torna um luxo.

“O que eu faço com a água mineral? Tomo banho, escovo os dentes, faço o meu cafezinho”, diz um senhor.

A Cedae, companhia de abastecimento do Rio, declarou que são, na maioria, problemas pontuais e que obras estão sendo feitas para melhorar o serviço.

A Prolagos, que distribui água na região de Cabo Frio, atribuiu a falta d’água ao aumento de consumo nesta época do ano.

E a Sabesp, a Companhia de Abastecimento do Estado de São Paulo, disse que os problemas são isolados, mas que também ocorrem pelo excesso de consumo.

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