Celina Leão nega esquema de propina na CLDF e chama denúncia de Liliane Roriz de "armação"

A presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal, Celina Leão, desqualificou as denúncias da deputada Liliane Roriz de que haveria um suposto esquema de corrupção no legislativo. Visivelmente aborrecida, a parlamentar classificou tudo como uma “armação”. Os áudios gravados no final de dezembro de 2015 por Liliane foram entregues ao Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT) que está investigando o caso. Durante a entrevista coletiva Celina Leão negou a existência de um suposto esquema de propinas envolvendo deputados distritais para a aprovação de emendas parlamentares e desqualificou as denúncias.

“Essa armação está sendo desmascarada. Quando se está calçado da verdade, contra as provas e documentos não tem o que se falar. Percebo uma ação do GDF para desacreditar a CPI da Saúde na CLDF, contando, infelizmente, com alguns colegas da Casa. O governador está fazendo isso porque a CPI envolve a família dele. Liliane mente e fez isso a mando do Buriti. Isso vai ser desmascarado”, desabafou a presidente da Casa.

Celina justifica o comportamento da distrital Liliane Roriz como uma pessoa que não consegue viver longe do poder.  “É bom fazermos uma retrospectiva sobre isso. No mandato passado, a oposição de verdade fui eu. Se você pegar o número de votações que a Liliane votou contra o ex-governador Agnelo foi quase nenhuma. A deputada tem dificuldade de viver longe do poder. Ela responde a um processo por quebra de decoro parlamentar nesta Casa. A possibilidade de perder o mandato foi o motivo de Liliane me gravar nos áudios. Foi muita coincidência, já que a Mesa Diretora decidiu dar andamento ao processo de quebra de decoro parlamentar contra Liliane, há um mês”, revelou Celina.

Para parlamentar, a acusação da deputada Liliane Roriz é falha, pois a emenda foi proposta por ela mesma. “Se há alguma irregularidade naquela emenda, então ela é quem precisa de dar esclarecimentos”, garantiu.

A presidente da Casa esclareceu que a emenda em questão, no valor de R$ 352 milhões para a Saúde, em 2015, é de autoria de Liliane. “Todos os 24 deputados votaram a favor da emenda e o governo se comprometeu, em contrapartida, a liberar a execução das emendas orçamentárias de todos os deputados, mas isso nem chegou a acontecer. Isso tudo não passa de uma tentativa de se criar um circo para desviar o foco do julgamento dela. É ainda uma tentativa covarde do governo de desqualificar os trabalhos da CPI da Saúde”, criticou.

Entre outras críticas, Celina desqualificou a originalidade do áudio divulgado por Liliane Roriz. “Basta ouvir para notar que está claramente editado, pois ali não aparecem as falas dela. A gravação foi feita numa conversa informal que tivemos em sua casa, e ela me pediu para nomear várias pessoas para cargos de confiança na Câmara e eu neguei”, garantiu a presidente.

Celina fez um resumo sobre os pontos das denúncias, tendo munido a imprensa com cópia da Emenda Aditiva nº 7 ao Projeto 811/2015 e anexo, proposta pelo próprio gabinete da vice-presidência, assim como a relação de funcionários terceirizados na empresa Zepin e na WMed, em que demonstra que não houve alteração no contingente de contratados. “A denúncia que a Liliane fez foi em cima desta emenda no valor de R$ 31 milhões que é de autoria dela e que ela votou. As assinaturas dela constam em toda a documentação. E ela misturou os assuntos para tentar desacreditar a gente”, disse Celina apresentando as respectivas cópias. E completou: “Se há uma ilegalidade  é da deputada Liliane, porque a emenda é dela, quem tem de responder é ela e o GDF que usou o recurso de forma errada”, relatou Celina lendo a justificativa da emenda.

Celina concluiu que é uma tentativa da parlamentar de fazer denúncia sem materialidade alguma, porque ela se perde na denúncia. “Me denuncia, denuncia a Mesa em uma emenda que é dela. E todas as vezes que estivemos com o secretário de Saúde para pedido de liberação de recursos, o ato foi público”, ressaltou.

Em relação à destituição geral dos cargos da Mesa Diretora, a presidente da Casa disse que não há qualquer iniciativa parlamentar nesse sentido. “A Mesa Diretora não vai renunciar ou se licenciar durante a apuração dos fatos. Quem deveria renunciar é a deputada Liliane Roriz, que responde a três processos na Justiça”, afirmou. E concluiu: “volto a reafirmar. Essa crise é do governo do Distrito Federal”.

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