Eleição não se vence nem se perde de véspera

 Ricardo Penna

O competente jornalista Ricardo Callado publicou, neste fim de semana, um ótimo artigo sobre o Governo do Distrito Federal. Afirma que as divergências internas e conflitos na base do governo são os maiores problemas da administração petista e resume: para ganhar uma eleição é necessário ciscar para dentro. Callado tem razão a gestão pública requer coesão política e as brigas internas impossibilitam a execução de projetos, a eficiência dos programas e a captação de votos.

O problema está identificado a dificuldade é sua solução. Não basta apenas vontade pessoal e política para integrar um governo, é necessário um conjunto de ingredientes que não estão à venda na quitanda. A história e o tempo, por exemplo, não retroagem.

A pesquisa CNI/Ibope mostra que, há menos de 12 meses das eleições, 74% dos eleitores desaprovam e 76% não confiam no Governo Agnelo. Com indicadores tão ruins é muito mais difícil “ciscar para dentro”. O potencial de agregação no setor privado é inversamente proporcional aos lucros e no setor público à popularidade. No popular: em casa sem pão todo mundo briga e ninguém tem razão.

Uma dificuldade adicional apontada na pesquisa CNI/Ibope é o péssimo resultado da Presidente Dilma com apenas 22% de aprovação no DF. Fazer uma campanha eleitoral, em um governo mal avaliado, acompanhado de uma presidente com baixos índices de popularidade pode ser tarefa difícil.

Resta a administração petista muita calma nessa hora. Ninguém pode tremer. A saúde saiu da UTI, o sistema de transporte está sendo renovado, o asfalto trocado, a Copa do Mundo poderá bombar,  no estádio Mané Garrincha,   e a  publicidade divulga com eficiência as obras do governo. As dificuldades são grandes, mas o jogo só é ganho quando é jogado. O tempo não retroage mas sempre é possível “la recherche du temps perdu”.

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