
Pesquisa mostra que até 2030, a maior parte do ensino no mundo será personalizada e online. Para o especialista em educação e internet, Alfredo Freitas, que dirige a universidade americana totalmente online — Ambra University — estudantes estão cada vez mais adaptados ao modelo remoto de ensino e vão exigir serem avaliados também de forma online.
Última pesquisa do INEP revelou que 99,3% das escolas brasileiras suspenderam as atividades presenciais durante a pandemia e devem seguir utilizando recursos do ensino online para não perder o ano letivo em 2022. O Brasil deve, assim como outros países, se preparar para investir em ensino remoto de forma permanente e não provisória, afirma o especialista em educação e tecnologia com 20 anos de experiência, Alfredo Freitas.
Mais de 90% das escolas brasileira suspenderam as aulas presenciais no Brasil. Os dados são de uma pesquisa divulgada este mês pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Outro estudo, o mapa World Innovation Summit for Education (Wise), mostra que até 2030, a maior parte do ensino no mundo será personalizada e online. Uma mudança que já começou e é irreversível, segundo Freitas.
“A alta abstinência ao exame do Enem em 2021, por exemplo, pode representar que as pessoas querem a praticidade de estudar e serem avaliadas de forma online. O mundo já se prepara para ampliar a modalidade de ensino via internet e assumir o modelo educacional híbrido (online e presencial) no curto prazo. O Brasil deveria seguir essa tendência”, afirma o especialista que tem 20 anos de experiência em tecnologias da educação.
O educador que é diretor de Educação e Tecnologia da universidade americana, Ambra University, afirma que estudar remotamente já está virando um hábito e que as pessoas terão dificuldade para retornar ao ensino totalmente presencial. A universidade foi pioneira na oferta de cursos de formação complementar no exterior em português e totalmente online há 10 anos.
“O mundo já se prepara para tornar o modelo híbrido de educação uma realidade mesmo após a pandemia. Nos EUA, agora em janeiro, não houve retorno ao ensino presencial nas universidades. Na Europa, gestores públicos e privados da educação já planejam modelos híbridos que permitam a continuidade do aprendizado de forma melhorada a partir da internet”, explica o especialista e educador Alfredo Freitas.
Fim do Preconceito
A pandemia diminuiu o preconceito com o ensino via internet. O ensino superior da rede privada, por exemplo, sofreu uma queda de 8,9% nas matrículas em cursos presenciais no primeiro semestre de 2021, enquanto a modalidade via internet viu a procura subir 9,8% no mesmo período. Os dados são do Mapa do Ensino Superior no Brasil, pelo Instituto Semesp, e refletem uma tendência que se mantém desde 2016 e deve aumentar ainda mais no período pós-pandemia.
“Vale ressaltar que, assim como no presencial, existem cursos de qualidade que entregam uma formação de alto nível para o profissional atuar na complexidade e gera resultados para a sociedade e cursos fracos que entregam apenas um diploma com conhecimento raso, portanto, a pessoa deve pesquisar com atenção e fazer a escolha correta”, afirma o especialista Alfredo Freitas.
Dados recentes mostram que já são quase 10 milhões de brasileiros matriculados no ensino via internet. Número de matrículas deve dobrar no pós-pandemia. O impulso na modalidade de ensino via internet no Brasil, expôs o quão útil e eficaz é a metodologia e obrigou o fim imediato do preconceito com o ensino online, afirma Freitas.
Regulamentado há 14 anos no Brasil, o ensino a distância superou pela primeira vez a oferta de vagas da educação presencial no país. De acordo com o Censo mais recente da Educação Superior, foram oferecidas 7,1 milhões de vagas a distância, frente a 6,3 milhões de vagas presenciais. “Ou agimos agora ou ficaremos ainda mais para traz no quesito educação em relação a outros países”, alerta o especialista.