O deputado distrital Robério Negreiros (PSD) se tornou réu na Justiça por lesão corporal grave, acusado ter dado socos em um motorista de transporte por aplicativo, em setembro de 2019. A agressão, segundo a denúncia, foi motivada por uma discordância entre o distrital e o condutor Adir Souza Santos sobre o trajeto da corrida. Informações da TV Globo.
Apesar do inquérito policial não ter resultado no indiciamento de Negreiros, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) pede que o deputado seja processado por lesão corporal grave, já que a vítima chegou a perde um dente (veja detalhes abaixo). A Justiça aceitou os argumentos apresentados pelos promotores.
À TV Globo, o deputado distrital disse que não houve lesão corporal ou qualquer agressão física, e reforçou que não foi indiciado pela Polícia Civil do DF. Ele disse que apenas empurrou o motorista quando ele abriu o porta-malas porque considerou uma atividade suspeita, que colocaria ele e a esposa em risco.
Agressão
Em setembro de 2019, Robério e a esposa pediram uma corrida para voltar para casa. Durante a corrida, o deputado e o motorista Adir Souza Santos se desentenderam sobre o caminho sugerido pelo GPS. Segundo a denúncia do Ministério Público, o deputado se exaltou dizendo “o GPS sou eu” e xingou a vítima.
Irritado com os xingamentos, o motorista parou o carro e pediu que os passageiros saíssem. Então, a esposa do deputado distrital ligou para a polícia.
Enquanto isso, o motorista e a esposa do deputado começaram a filmar o caso com o celular. Segundo a denúncia, ao perceber que estava sendo filmado, o deputado xingou o motorista mais uma vez e deu um soco na vítima, que deixou o celular cair no chão.
O aparelho foi jogado para longe por Negreiros. Depois disso, o celular não foi mais localizado.
Denúncia
No pedido para que o deputado fosse processado, os promotores apontam que as perícias comprovam que as agressões provocaram no motorista uma “debilidade permanente na mastigação, na fala e na estética da boca”.
No entanto, o inquérito da Polícia Civil foi encerrado sem indiciar o deputado. Segundo a polícia, não havia provas suficientes.
A Justiça aceitou os argumentos do Ministério Público do DF. Segundo o juiz Osvaldo Tovani, “há justa causa para a ação penal, com base em laudos de exame de corpo de delito, na palavra da vítima, imagens e outros elementos informativos”.
À TV Globo, o motorista diz que ainda sente os efeitos da agressão e que, por conta do episódio, não pode trabalhar pelo aplicativo até o fim do processo na Justiça.