Thaise Constancio – O Estado de S. Paulo
Entre os 92 municípios fluminenses, 91 têm áreas com risco iminente de escorregamento, aponta levantamento feito pelo Departamento de Recursos Minerais do Rio (DRM-RJ). Na capital, a avaliação é feita pela Fundação Instituto Geotécnica (GeoRio). O Mapeamento de Risco Iminente mostra que no Estado do Rio existem 2,7 mil locais com risco de escorregamento e 82 mil pessoas vivendo em áreas de risco. A pesquisa faz parte do Plano de Contingência do DRM-RJ, válido de novembro de 2013 a abril de 2014.
A situação do Estado é considerada crítica, principalmente quando se considera “setores nos quais os acidentes, muito provavelmente, serão deflagrados quando do registro de chuvas regulares e normais, caracterizadas pela ação individual, ou combinada, de chuvas horárias e chuvas diárias, ou da combinação destas duas com as chuvas contínuas de quatro dias (115 milímetros) e as chuvas acumuladas em um mês (270 mm)”.
Entre setembro de 2013 e março de 2014, dez municípios do Rio serão mapeados para avaliar o risco associado a escorregamentos. Angra dos Reis, Niterói, Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo – cada um com mais de 200 setores com riscos iminentes – Barra Mansa, Itaperuna, Mangaratiba, São Gonçalo e Três Rios serão avaliados e terão os Planos Diretores Municipais e a ocupação do solo urbano revistos para reduzir as chances de acidentes.
O relatório lembra que “escorregamentos com danos podem ocorrer em setores não apontados na Carta de Risco Iminente do DRM-RJ, porém os setores indicados nestas cartas são aqueles nos quais há mais indícios de que um escorregamento está prestes a se iniciar; maior probabilidade de que percorrerá uma trajetória estimada; e elevadíssima probabilidade de que atingirá as moradias citadas, e, em função da massa mobilizada, provocará danos, aí incluídas mortes e prejuízos diretos às moradias”.
Com exceção da Região Serrana, os dados sobre probabilidade e recorrência de chuvas que causam escorregamentos são insuficientes em todas as cidades do Rio. Nos municípios serranos os dados são mais precisos porque há maior disponibilidade de dados pluviométricos e “os registros de escorregamentos desastrosos praticamente anuais” oferecem mais subsídios para compor o Plano de Contingência para Resposta aos Desastres.
Planejamento. Na quinta-feira, 29, foi lançado o Plano Estadual de Proteção e Defesa Civil, formado por órgãos públicos e membros da sociedade civil, para planejar, coordenar e promover ações para reduzir o risco de desastres. O documento define os procedimentos e ações que devem ser seguidos em caso de emergências e também estabelece os recursos humanos, materiais e equipamentos que serão usados para prevenir, controlar e enfrentar acidentes.
Em todo o Estado, 54 comunidades possuem sistema de alerta contra deslizamento de encostas. Até janeiro, 180 comunidades de 12 municípios receberam os equipamentos. Outras 15 cidades serão integradas ao sistema ao longo de 2014.