As queimadas e os incêndios na Amazônia atingiram 95,5% das espécies presentes no bioma, incluindo plantas e animais. O dado foi apresentado em um estudo publicado hoje (1º) na revista científica Nature, que contou com a participação de cientistas brasileiros. Informações do IG.
Entre 2001 e 2009, período analisado pelos pesquisadores, o fogo afetou 85,2% das espécies de plantas e animais ameaçados de extinção no bioma, que guarda 10% da biodiversidade do planeta. Durante esses oito anos, quase 190 mil quilômetros quadrados de floresta foram queimados, e as espécies não ameaçadas sofreram impactos em 64% do seu território.
“Muitas espécies de plantas e animais da Amazônia possuem distribuições restritas, o que aumenta as chances desses incêndios florestais causarem grandes perdas em biodiversidade”, completa.
Os autores do estudo estimam que os números estejam subestimados, já que não contemplam outras espécies do reino animal, e nem a perda de biodiversidade antes do período selecionado.
“As mudanças de 2019 mostram um retrocesso gigantesco na conservação da Amazônia; se fizermos um paralelo com a indústria automotiva, seria como se tivéssemos retirado o cinto de segurança dos nossos carros em pleno século 21”, comenta. Em média, a Amazônia tem 3 mil km² de área queimada por ano. A cada 10 mil km² – ou seja, pouco mais de três anos -, 40 novas espécies podem sofrer consequências da ação humana.