Carlos Honorato (pontofinal@carloshonorato.com.br)
Não é exagero dizer que o Brasil ficou quase um ano e meio sem ministro da Educação. O mais marcante em termos de inaptidão para o cargo e com a língua foi Abram Weintraub, hoje aproveitando um presente de Jair Bolsonaro em um cargo no Banco Mundial. Os outros dois não vale a pena citar. Assim, o pastor Milton Ribeiro (foto) – um defensor do diálogo – terá que fazer uma corrida de obstáculos para recuperar o tempo perdido. O principal desafio é o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), que será extinto em dezembro de 2020. O Congresso analisa uma nova proposta para torná-lo permanente a partir de 2021. Uma das péssimas contribuições de Weintraub foi retirar o apoio do MEC à proposta, alegando que o texto feria o equilíbrio fiscal. Outro tema complexo é a implantação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) do ensino médio. Além dos muitos desafios, Ribeiro ainda enfrentará os “Olavo Boys”, seguidores do astrólogo autodidata Olavo de Carvalho, protegido do presidente Jair Bolsonaro. Será que o ministro fica por muito tempo no cargo?
Cloroquina
O Ministério da Saúde, único do planeta comandando por um general em plena pandemia de coronavírus, quer que a Fiocruz indique a cloroquina para tratamento da Covid-19. Toda população já sabe que não existem evidências cientificas sobre a eficácia do medicamento. O próprio presidente está tomando o remédio há mais de uma semana e atestou mais uma vez positivo para a covid-19. Parece birra juvenil.
Reavaliação
O deputado distrital Robério Negreiros (PSD), membro da Comissão de Fiscalização, Governança, Transparência e Controle da Câmara Legislativa, encaminhou pedido ao governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), para que reavalie, juntamente com a equipe sanitária, sobre os riscos para as crianças e adolescentes o retorno às aulas no DF.
Alckmin 2022
Apesar de ter sido indiciado pela PF por corrupção e lavagem de dinheiro, o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, uma espécie de “inventor” de João Doria, abre a possibilidade de ser candidato nas eleições de 2022. Nas eleições municipais será cabo eleitoral na reeleição de Bruno Covas a prefeitura de São Paulo. A coragem é tudo.
Erros
O presidente Jair Bolsonaro garante a permanência dos ministros do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e da Saúde, Eduardo Pazuello. Chegou a classificar os dois de “excepcionais” ministros. A conta de erros do presidente só aumenta.
Exercício do óbvio
Depois de muita pesquisa e meses de reflexão, a ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, chegou a uma descoberta impressionante: o Brasil precisará ser reconstruído após a pandemia de covid-19.
Amazônia
O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, pede ao governo um reforço de R$ 230 milhões do Ministério da Economia para não paralisar ações de preservação na Amazônia. Salles é visto como o “facilitador” da paralisação da fiscalização contra o desmatamento na região amazônica. O ministro nega.
Descalabro ambiental
O Brasil está sendo cobrado por entidades e governos internacionais pelo descalabro com a política ambiental na Amazônia O ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, em entrevista ao El País, “continuamos agredindo o meio ambiente continuamente, com uso de agrotóxicos, com grilagem. Estamos colhendo o resultado de políticas desastradas do ponto de vista ambiental”. E mais: “os problemas socioambientais estão se agravando. Esse descalabro só se justifica pela ausência de comando político, por falta de liderança política no governo”, continuou.
Quem bebeu?
Um caso curioso. A Justiça do Distrito Federal condenou um hospital particular no Lago Sul a indenizar uma paciente após o médico que a atendeu confundir um Acidente Vascular Cerebral (AVC) com embriaguez alcoólica. Afinal de contas, quem tinha bebido?