Justiça do Trabalho manda GDF fornecer EPIs a profissionais da linha de frente

Profissionais de saúde no Distrito Federal no hospital de campanha instalado no Estádio Nacional Mané Garrincha — Foto: Breno Esaki/Agência Saúde

O Tribunal Regional do Trabalho (TRT-DF) emitiu uma decisão liminar, na quinta-feira (2), que determina que a Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) e o Instituto de Gestão Estratégica de Saúde (Iges-DF) forneçam Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) a profissionais de saúde da rede pública. A medida, também exige transparência na divulgação da quantidade de equipamentos em estoque nos hospitais públicos. Informações do G1.

 Em caso de descumprimento das determinações, A juíza Rejane Maria Wagnitz fixou uma multa de R$ 100 mil.

A Secretaria de Saúde afirma que não há falta de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) na rede . Segundo a pasta, “a distribuição é centralizada pela subsecretaria de Logística que realiza um estudo de uso dos itens em cada unidade hospitalar, encaminhando o necessário para cada local durante um período”.

O Iges-DF também nega a falta dos EPIs.

Quais são as determinações da Justiça do Trabalho?

A Justiça do Trabalho determinou uma série de medidas que devem ser aplicadas à rede pública de saúde do DF como medida de proteção aos servidores que estão na linha de frente ao combate do novo coronavírus. Entre elas:

  • Apresentar, no prazo máximo de 10 dias corridos, a relação de EPIs existentes em estoque para trabalhadores dos serviços de saúde;
  • Publicar, em até 15 dias corridos, no site público oficial, os dados de EPIs […] com atualização diária
  • Comprovar documentalmente nos autos, no prazo máximo de 5 dias corridos, as medidas adotadas em relação à aquisição de insumos básicos
  • Suspender a distribuição, no prazo máximo de 48 horas, e recolher, no prazo máximo de 5 dias, todos os EPIs inservíveis, não conformes ou inadequados
  • Fiscalizar o fornecimento, o uso pelos trabalhadores nos serviços de saúde, a manutenção, a higienização, a inspeção, a guarda e o descarte dos EPIs
  • Garantir que os EPIs sejam efetivamente entregues aos trabalhadores em serviços de saúde que administram
  • Garantir que os EPIs sejam armazenados em locais de fácil acesso e em quantidade suficiente para imediato fornecimento
  • Proporcionar a imediata substituição das máscaras cirúrgicas, PFF2 ou N95, sempre que o trabalhador nos serviços de saúde constatar sua não conformidade, ou o comprometimento de sua integridade, qualidade ou eficácia

 

 

Outras decisões da justiça

 

Na última segunda-feira (29), o Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT) apresentou um requerimento à Justiça pedindo mais transparência na divulgação de dados relativos à Covid-19 pelo GDF.

O pedido ocorreu após um relatório interno da Secretaria de Saúde (SES-DF) trazer discrepâncias com relação à taxa de ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para pacientes da capital.

Documento interno da SES-DF sobre ocupação de leitos de UTI na capital — Foto: Reprodução

Documento interno da SES-DF sobre ocupação de leitos de UTI na capital — Foto: Reprodução

A medida também impede que o governo local considere os leitos bloqueados para calcular a taxa de ocupação.

Nesta quinta (2), o juiz Jansen Fialho de Almeida determinou a suspensão de uma compra de 100 mil testes rápidos para Covid-19 pelo GDF. A decisão foi proferida no mesmo dia em que o Ministério Público do DF deflagrou operação para combater supostas irregularidades na aquisição dos exames.

O que diz a Secretaria de Saúde

“A Secretaria de Saúde informa que não há falta de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) na rede. A distribuição é centralizada pela subsecretaria de Logística que realiza um estudo de uso dos itens em cada unidade hospitalar, encaminhando o necessário para cada local durante um período. Essa estratégia foi adotada como medida de uso racional, diante da escassez dos produtos para compra no mercado mundial desde que foi decretada a pandemia. Dentro de cada hospital, os gestores locais é que definem a forma de distribuição dos EPIs. Sempre que há necessidade de reposição de qualquer EPI na unidade, o gestor local faz o pedido e é prontamente atendido.

É possível acompanhar a situação dos estoques de todos os EPIs na página da SES, que é atualizada diariamente.

Todos os EPIs comprados pela SES ou recebidos por doação passam por atesto das áreas técnicas e, se houver algum equipamento fora do padrão, ele não é distribuído para as unidades. Desde o início da pandemia a SES tem feito diversas aquisições para manter sempre o estoque abastecido e também tem recebido EPIs por meio de doações.”

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